Faz tempo. | |
Não. Nem começou. | |
Não sei. Mas vou até ali e não volto. | |
Terra com nome de pau não podia dar certo. | |
De jeito nenhum. Adoro o jeitinho brasileiro. | |
Ainda acredito em mudança. Pro exterior. | |
= veja os resultados= |
terça-feira, 27 de fevereiro de 2007
O Brasil acabou?
segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007
domingo, 25 de fevereiro de 2007
Análise política
Estavam à mesa do jantar. Alguém disse alguma coisa a respeito da situação política do país dos comensais.
Ele, cientista político, pontificou:
- Isso é apenas a ponta do iceberg.
Foi nesse momento que o navio em que estavam começou a afundar.
Horário de verão
Serviço de utilidade pública: daqui a pouco, dê dois cliques no relógio de seu computador, vá em Fuso Horário e troque GMT-2 (Atlântico Central) por GMT-3 (Groenlândia).
Quanto ao calorão que faz em São Paulo, não vai adiantar nada. O frio da Groenlândia não chegará até aqui. Mas você ganhará uma hora em sua vida.
Aliás, tenho uma reivindicação. Foi lá por outubro do ano passado que nos roubaram essa hora. Ao devolvê-la, agora, penso que deveriam pagar juros. Digamos, uma meia hora a mais.
Não é justo? Afinal, em outubro eu tinha 61 anos. Hoje, 62. Já pensou se o governo resolver te tirar algumas horas de quando tens 18 anos pra te devolvê-las quando tiveres 80?
quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007
Luís Ene
Este carnaval foi notável. Na segunda, 19, chegou o Luís Ene, para ficar conosco até 21, quarta de Cinzas.
Na noite desse mesmo dia, convidamos para nos fazer companhia no jantar Branco Leone e esposa.
Como se vê, só portugueses. Nenhum preconceito, apenas questão de afinidades. Portugueses, blogueiros e – tanto Luís quanto Branco – com livros novos na praça.
O papo estava tão animado que esqueci completamente da máquina fotográfica. Paciência.
Dia seguinte, terça, para conciliar a vontade do Luís de conhecer São Paulo com minha preguiça já clássica, fomos almoçar no Terraço Itália. De lá, ele pôde ver São Paulo numa tacada só.
Conversamos bastante, diante da cidade quase deserta.
Demos umas voltas pelo centro da cidade, passamos pelo Parque do Ibirapuera e – à noite – fomos encontrar amigo do Luís, gaúcho recentemente convertido a paulistano (coisa rara).
Hoje, Cinzas, almoço no Fogo de Chão e despedida em Guarulhos.
Até a próxima, Luís.
Volte logo. Já estamos com saudade.
(penso em organizar um Encontro de Blogueiros Algarvios (EBA!) em São Paulo. Faz sentido? Claro. Todo sentido)
segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007
Já fiz muito pela mangueira
Dia 2 de fevereiro, Bárbara Gancia revelou – em sua coluna na Folha (para assinantes Folha ou UOL) - que muitos artistas famosos se valem da Lei Rouanet.
Você dirá: e daí?! As leis estão aí para serem aplicadas. Tudo bem. Mas pense um pouquinho:
Essa lei estabelece o seguinte, trocando em miúdos: você quer fazer um show, peça de teatro, qualquer coisa cultural. Muito bem. Você procura empresas que tenham imposto de renda a pagar em proporções compatíveis com o custo de seu projeto. Essas empresas te dão a grana, você agradece a elas nos seus espetáculos e em seus folhetos promocionais. Elas, por sua vez, abatem grande parte do que te deram do imposto de renda.
Resultado: você paga o ingresso para ver o show e paga o show com seu imposto de renda e demais tributos que você paga até quando respira.
Tudo isso pode fazer sentido para espetáculos inovadores, de talentos ainda desconhecidos etc. Eu acho que nem nesses casos esse incentivo deveria existir. Mas vá lá que seja.
Agora, quando você vê que "Para fazer sua turnê por Rio e São Paulo, Ana Carolina requisitou R$ 843 mil à Lei Rouanet, e conseguiu captar R$ 700 mil. Os ingressos para seu show custavam R$ 120. Daniela Mercury levantou R$ 814 mil da Lei Rouanet para fazer 12 apresentações. O show Brasileirinho 2, de Maria Bethânia, pediu R$ 1 milhão e já conseguiu captar R$ 300 mil. Beth Carvalho festejou seus 60 anos com uma festa no Teatro Castro Alves em Salvador, com diversos artistas convidados e no qual gravou um DVD e um CD comemorativos. Para tanto, pediu R$ 1,6 milhão e conseguiu captar R$ 1,3 milhão pelo sistema de renúncia fiscal", você começa a perceber que você está sendo feito de trouxa.
E dona Beth Carvalho, ao ser expulsa do desfile da Mangueira chora e argumenta que já fez muito pela Mangueira.
Só se foi pela mangueira do...
Deixa pra lá.
E pensar que temos um ministro da Cultura que é dessa patota.
domingo, 18 de fevereiro de 2007
Quem sabe?
domingo, 11 de fevereiro de 2007
Limites
Década de 50. Minha mãe dava aulas de matemática no Colégio Canadá, em Santos. Houve épocas em que ela chegou a dar aulas em três turnos: manhã, tarde e noite. Esse esforço era necessário porque meu pai, pastor batista, ganhava uma miséria. Estávamos ainda longe da era dos bispos e apóstolos que exploram cinicamente a crendice popular.
Vai daí, um aluno ganhou certa fama no Colégio por ter mostrado uma faca a um professor que o expulsara da sala de aula. Vejam bem: ele não enfiou faca em professor algum, nem mesmo ameaçou-o disso. Mas insinuou a possibilidade de utilizar a arma branca. Foi o que bastou para provocar um escândalo.
Pouco tempo depois, minha mãe dava aula para a turma do mesmo rapaz. A certa altura, notou que o dito cujo conversava e ria no fundo da sala. Advertiu-o. Não adiantou. A bagunça continuava. Minha mãe, então, pediu que ele se retirasse da sala. Ele não se moveu. Minha mãe foi até a carteira em que estava sentado o moço. Segurou-o pelo braço e forçou sua retirada. O rapaz, alto e forte, não ofereceu resistência. Deixou-se levar e foi embora.
Simplesmente não passava pela cabeça dele ameaçar uma senhora, de forma alguma.
Ele podia ser um aluno indisciplinado. Até mesmo desafiar um professor. Mas, diante de uma professora percebeu ter chegado a seu limite. E não reagiu.
Naquele tempo, até o mau comportamento tinha limites.
Minha mãe contou-me essa história quando, certa vez, como eu estivesse a assistir a um programa esportivo na TV, nos idos dos anos 60, ela viu que um dos participantes do programa era o rapaz que ela colocara pra fora da sala de aula.
Era Peirão de Castro, jornalista esportivo já falecido. Torcedor fanático do Santos F.C..
sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007
Siglas
O PFL, Partido da Frente Liberal, nasceu com esse nome graças a uma das muitas maravilhas existentes nas entranhas de nossas leis eleitorais. Os fundadores queriam chamar a coisa de Frente Liberal. Acontece que a lei exigia que o nome começasse pela palavra Partido. Foi a mesma lei que obrigou o famoso Movimento Democrático Brasileiro (MDB) a virar PMDB.
Nossas leis são assim: tão fantásticas quanto quase tudo neste imenso país.
Vai daí, como há males que vem pra bem, o PFL, cuja força maior sempre residiu no nordeste, ficou com uma sigla que soa péssima no sul/sudeste (pê éfe éle) mas é perfeita no norte/nordeste: PÊFÊLÊ.
Eis que agora, dado que inexistem problemas maiores na política nacional, o Pêfêlê resolveu voltar-se para uma questão magna: mudar de nome.
E surge o PD, acho que é Partido Democrata. Mas podia ser Partido do Demo, com sua ambigüidade reveladora da própria alma da organização.
Demo é o capeta, Demo é o povo.
Como em português a pronúncia da nova sigla resvala para significados escatológicos pouco edificantes, é melhor pensá-la em inglês, PIDI.
Pidi, voltando ao nordeste, serve bem aos desígnios da agremiação: vamo pidi isso, vamo pidi aquilo.
Se você preferir, pode encarar PD como abreviação de Pay Day (ops), dia de pagamento, que logo nos remete a mensalão, afinal de contas uma das faces do objetivo último e único de toda essa estrutura.
Tipologia do stress
Antigamente a gente dizia que o fulano estava enfezado, cuca fundida, esquentado, pavio curto, meio lelé, essas coisas.
Hoje, o cidadão tem stress. Ou melhor, estresse. Já criaram o equivalente em português. Com sotaque carioca. O carioca gosta de colocar sílabas extras nas palavras. Por exemplo: Volkswagen, cuja pronúncia é folquisvaguem, o carioca fala folquissivaguem.
Vai daí stress virou estresse.
E serve de justificativa pra tudo. Pra pessoa arrumar amante, tomar um porre, gritar por nada.
Acontece que há stress e stress. No mínimo dois: o positivo e o negativo.
O negativo é o mais comum, claro. Nem preciso dar exemplos.
Já o positivo é aquele da espera da festa, da expectativa do prêmio, da ansiedade da paixão. Costuma ser menos produtivo que o negativo. No stress negativo você corre atrás da reversão das causas. Se o trabalho te consome e te estressa, pau na máquina pra acabar logo com isso. Já no stress positivo não. Ele, em geral, te deixa em estado alfa, paralisado, abobado, embevecido, derretido.
E tome contemplação.
O leitor mais apressado, já quase estressado com a leitura, vai direto ao ponto:
O stress positivo mata menos?
Penso que não.
Mas certamente a morte é mais feliz.
domingo, 4 de fevereiro de 2007
Fim dos Tempos
Em 1.974 eu trabalhava em uma empresa de engenharia na qual também ganhava o pão de cada dia um camarada de nome Marcos Ximenes, economicamente apelidado de Marcos X.
Ele era bastante religioso (no Brasil, a religiosidade tem gradação, pode-se quase medi-la aos quilos). Pertencia a uma seita evangélica pouco disseminada. Não esqueço que o nome da igreja dele era Igreja Evangélica, nome que eu achava pouco elucidativo. A principal ocupação do pessoal da dita cuja igreja era elucubrar sobre o fim do mundo.
Vai daí, Marcos X., certo dia, garantiu-me que o mundo acabaria em – no máximo – vinte anos.
Apostei com ele que não. Aposta sem prêmio. Só pra teimar. Só pra ser do contra.
Chegado a 1.995, lembrei-me da aposta. Já não sabia mais do paradeiro do Marcos X. Cheguei a pensar em procurá-lo. Logo me dei conta de que cobrar aposta de vinte anos não tem graça nenhuma.
Já contei essa história em algum lugar deste blog, um tanto romanceada. Mas ela volta, agora a propósito das manchetes dos jornais nos últimos dias. Por exemplo ontem: a Folha saiu-se com Cientistas prevêem futuro sombrio para a Terra.
Quanto a mim, sou mais imediatista: vejo presente sombrio.
E provo.
É só abrir o primeiro caderno de ontem da Folha, o mesmo da manchete acima, pra perceber que tenho razão. No Painel do Leitor encontro carta escrita por cidadão residente em Jaguaquara, Bahia.
Você não sabe onde fica Jaguaquara? Parabéns. Isso só prova que você é uma pessoa quase normal.
Já eu, eu sei onde fica Jaguaquara. Fica no meio do sertão da Bahia. Minha sogra – que deus a (man)tenha! – belo dia, lá pelos anos cinqüenta, leu em O Jornal Baptista que Jaguaquara era uma pequena cidade no interior da Bahia onde – sabe-se lá por que cargas d’água - , todo mundo era batista.
Mudou-se pra lá, mala, cuia, três filhas pequenas e um marido vítima de doença incurável.
Pode?
Claro que, passados uns poucos aninhos, mudou de idéia e de Jaguaquara.
Hoje, Jaguaquara produz pessoas que mandam e-mails para a Folha.
Nada mais garantido: o fim está próximo.
sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007
Dica duca
O livro do Branco deve estar ótimo, a julgar pelo vídeo - digamos assim - promocional:
Os melhores (e alguns dos piores) textos de Branco Leone.
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