sexta-feira, 6 de junho de 2014

Cristo salva Humanidades


Fiquei agradavelmente surpreendido, logo que vim morar em Bragança, Portugal, ao notar que as mulheres se referem a seus maridos como “meu homem”. Não sei se isso é hábito português ou do Norte de Portugal. Ou, mais restritamente, de Trás-os-Montes. Também não sei se é costume de alguns lugares no Brasil. Como o Criador na criação, apenas constatei que é bom que assim seja.

Isso para dizer que minha mulher comentou comigo uma notícia vista na TV: foi descoberto um planeta com características semelhantes às da Terra.
Para mim, nenhuma novidade. Penso ser quase impossível que não existam outros vários planetas com vida semelhante à nossa, dada a abundância de corpos celestes que compõem esse (quase) infinito Universo.
Mas minha mulher persistiu:
- E como fica a religião diante dessa possibilidade?

As religiões, acostumadas a dar nó em pingo de éter (nó em pingo d'água até eu dou), não devem encontrar dificuldade em lidar com essa pluralidade de Humanidades.

Deus, ao criar nosso mundinho, pode ter, antes, durante e depois, criado outros muitos mundos, habitados por seres mais ou menos semelhantes a nós.
Na Bíblia, o Manual do Usuário (/Utente) que ele criou para nos orientar, preocupou-se tão somente em falar do nosso mundo. Mas os demais mundos devem ter suas Bíblias, com suas particularidades contempladas.

Mundos há em que Eva não foi na conversa da serpente e não comeu do fruto proibido. Com isso, neles não há pecado original, nem necessidade de um Salvador que redima tais humanidades. Todos continuam a desfrutar do Paraíso.

Em outros mundos, a serpente saiu a ganhar, assim como cá entre nós. Vai daí, Deus teve de mandar Seu Filho Unigênito para a redenção de tais humanidades.

Isso talvez até explique por que Jesus custou a vir à Terra. Havia muitos outros mundos a salvar.

Ele teve de encarnar-se em diferentes civilizações, de diferentes planetas. Em todas elas passar por um processo de implantação da semente cristã. E sacrificar-se de acordo com os costumes locais a fim de salvar cada uma de tais culturas.

Talvez até hoje Cristo esteja a ser crucificado (ou submetido a algum outro suplício) em algum planeta distante.

Em alguns desses mundos o cristianismo terá vingado, auxiliado – como cá na Terra – por fatores políticos propícios a seu protagonismo. Alguns mundos devem ter tido, como aqui, seus imperadores Constantinos dispostos a implantar o cristianismo na marra.

Em outros, nem um Paulo terá surgido e a seita diluiu-se em pouco tempo, dividida em várias facções rivais. Para esses mundos talvez uma nova visita do Cristo seja necessária, para tentar repor ordem na casa.

Enfim, as hipóteses são infindáveis.

Não sei como ainda não surgiu uma seita Cristãos de Andrômeda. Ou será que já existe?


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