Ser feia não é defeito. Apenas sina.
Beleza não é fundamental, como teimou Vinicius.
Mas se juntarmos à feiura um gosto por textos de auto-ajuda, nem é preciso mau hálito.
O diabo é que alguém assim, ao obter - sabe deus como - alguns diplomas e títulos, pode começar a alimentar a falsa ideia de que a bem-aventurança deve ser distribuída democraticamente.
E é então que começa o sofrimento.
A busca do príncipe encantado passa a equiparar-se à procura da fonte da eterna juventude.
Mas como sucedem-se os sapos e nenhum deles nem sequer se deixa beijar, o remédio é glorificar a Virgem, com a qual aumenta pouco a pouco a identificação.
E, valha-me deus, nem um maldito Panthera aparece.
1 comentário:
Ora Alberto! A poucas mulheres cabe a inteligência da Lucinda, a Muda, personagem do Jose Carlos. A distribuição democrática tida como algo susceptível à sorte é já um grande azar. Disso cumpre-se a história de demonstrar. Pessoas assim (e são muitas!) não se preocupem em como têm estado, mas como gostariam que as coisas estivessem. Assim, os panthera ao redor evaporam!
Enviar um comentário