Tenho pouco mais de uma centena de amigos no Facebook.
Desses, uns quase cem não escrevem nada, não dão palpites em nada. Nem sei se aparecem para ler alguma coisa. E se o fazem, apenas clicam em “like”.
Uma meia dúzia corresponde a minhas expectativas: dá opiniões e comenta as minhas.
Umas boas duas dúzias são formadas por pessoas que têm convicções – políticas e/ou religiosas – bastante arraigadas. Com essas é impossível dialogar.
Tenho amigos absolutamente contrários ao PT (Partido dos Trabalhadores, Brasil). Para esses o Brasil é vítima dessa corja. Tirá-la do poder é a prioridade.
Outros são adeptos do PT. Para eles, José Dirceu é um bom sujeito, Lula tirou o Brasil da miséria (ou a miséria do Brasil, algo assim).
O socialismo, para uns, é um regime libertário, democrático. Parece-me que sonham acordados.
Ou, talvez, não tenham acordado. E, a julgar pela idade provecta de alguns, jamais acordarão.
Outros publicam frases ou conjunto de frases de teor acaciano. E aceitam que essas boçalidades tenham sido escritas por, exemplo, Fernando Pessoa.
Isso indica que jamais leram Pessoa. Mas, advertidos do erro, apenas afirmam que não se preocupam com isso.
Minha vontade é a de escrever uma imbecilidade qualquer e atribuir a autoria à pessoa que publicou uma idiotice como sendo da lavra de Fernando Pessoa. Mas não o faço porque corro o risco de ver a bobagem elogiada por muitos.
Vários são crédulos. Ou crentes, se preferir.
Não creem em Pai Natal nem Saci Pererê. Mas veneram a Virgem Maria e uma cambada quase infinita de santos.
Alguns, protestantes, não dão essa importância toda a Maria. Mas acreditam que o judeu, aquele, o tal de Jesus, ressuscitou.
Ora, nada tenho a conversar com essa gente. Dialogar não é o forte dela.
Por essas e por algumas outras, encerrei minha participação no Facebook.
Amigos, para mim, são outra coisa.
4 comentários:
depende do que vc queria no face. sabe pra que ele me serviu ( e ainda serve?) Pra achar milongas nos lugares por onde viajo. Funciona melhor do que o google, embora o mecanismo de busca do face seja precário. Também me ajudou a achar hospedagem em locais que desconhecia. Tenho uma amiga mineira ( ah, os mineiros e seus ensinamentos...) que sempre diz: "quem procura, acha". Também acho. Depende do que você procura. Vida inteligente no Face é mais raro. Mas, definitivamente, lá não é o lugar pra achar vida inteligente. Nem vida. O mundo virtual apenas e muito de longe parece com o real, embora devo admitir que no real achar vida inteligente também não é fácil. Enfim, lamento que vc não esteja mais lá. Espero que continui por aqui.
Abração!
Para meus objetivos o face funciona: aprecio distrair-me sabendo qual o interesse de algumas pessoas que conheço, conhecendo interesses que me eram estranhos e, principalmente fruindo a enorme exibição de egos que por lá rolam. Tive uma fase de chatear-me seja com o descaso, seja com as ironias ofensivas, mas agora percebo que o que há de sério e intelectual nos meus interesses prescinde do face.
Acho uma pena você ter deixado o face que agora ficou mais pobre sem os seus comentários certeiro e sem a sua ironia. Eu me divirto no face e fico sabendo da vida de amigos e parentes que estão longe. Mas acho que os tipos que você menciona no seu texto de hoje são os mesmos que encontramos pela vida afora. E como eles existem não ha como exclui-los do FB. Antes eu me irritava e ate respondia de modo provocativo mas atualmente sou mais capaz de ignorar as babaquices (o corretor me diz que o certo e basbaquices ) . Bjs Edi
Isto é uma chatice, Alberto. Porque no face bastava meter um like -- e assim, no blogue, obrigas-nos à chatice e à perda de tempo de escrever comentários. Assim não vale. Às tantas ainda nos exiges que pensemos um pouco. Bolas -- o mundo está perdido...
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