segunda-feira, 31 de março de 2008
Sobremesa
Em outro post, disse que havia jantado no Amaranth e que não lembrava do que havia comido por estar mais interessado na conversa com minha filha.
Pois bem. Vamos corrigir a injustiça. Voltamos lá no dia 20, quinta, e almoçamos vieiras (scallops). Estava divino.
A sobremesa era bonita. A gente fotografou. A foto da Baixinha ficou melhor (a hora, na foto, está errada):
NYC - instantâneos
Às vezes, baixa na gente aquela vontade de fotografar com arte. O resultado, em geral, é pobre. Mas não custa mostrar:
Ainda na segunda-feira, minha filha nos levou a um restaurante, o Buddha Bar:
domingo, 30 de março de 2008
St. Patrick's Day
Segunda, 17 de março, foi dia de St. Patrick.
Ainda bem que meu genro, no sábado, nos avisou: segunda-feira será tudo verde.
Já ao chegarmos de volta na Grand Center Station, sábado à noite, vimos em uma confeitaria da estação bolos verdes, biscoitos verdes etc etc.
Na segunda, por termos acordado um pouco tarde, achamos que perderíamos a parada na 5ª avenida.
Ledo engano.
A parada dura o dia inteiro, com dezenas e dezenas de grupos desfilando.
Nas ruas, quase todo mundo vestindo algo verde.
Nos bares, verde e mais verde.
Aí vão fotos do desfile. Todas elas tiradas na 5ª avenida, em torno das ruas 58 a 60, perto de nosso hotel.
quinta-feira, 27 de março de 2008
Um domingo na Igreja
Lá pelos idos de 1.995, Nelson Motta resolveu mostrar o coral da Igreja Baptista Mount Moriah, no Harlem, aos brasileiros. Sua intenção talvez tenha sido a melhor possível. O diabo é que ele contribuiu fortemente para avacalhar com a Igreja. Transformou-a em ponto turístico para brasileiros. O resto dá pra imaginar.
Produziu um CD, Harlem Sunday, com dez músicas do coral e trouxe o coral ao Brasil umas quatro vezes. Em duas delas eu estive presente.
Por não dispor de outra referência de igreja na qual pudesse ouvir música desse gênero, resolvi ir mesmo à Mount Moriah.
Sou ateu mas respeito a crença dos outros (apesar de serem raríssimos os crentes que respeitam minha descrença). Como sei que o culto de domingo em uma igreja baptista é cerimonioso, me enfiei em um paletó-e-gravata, a Baixinha caprichou na roupa e lá fomos nós. Procuramos chegar cedo. Em seu livro Nova York é aqui (Editora Objetiva), Nelson Motta explica que, apesar de o culto começar às 11 horas, os turistas fazem fila na porta da Igreja. Não chegar cedo poderia significar não conseguir entrar.
Talvez porque a moda já tenha passado, talvez por ser final de inverno, não havia ninguém lá quando chegamos, antes das 10 da manhã.
Aproveitamos para fotografar a fachada da Igreja, já que durante o culto não seria possível bater fotos.
Demos umas voltas pelos quarteirões próximos (a Igreja fica na Quinta Avenida, quase esquina com a rua 126). O bairro é simpático, parecido com tudo o mais que vimos em New York. A gente só estranha o fato de todo mundo ser negro. Não existe isso aqui no Brasil. Aqui há lugares de forte predominância negra. Lá, não. Todo mundo é negro.
Perto da Mount Moriah, uma Igreja Episcopal (na própria Quinta Avenida):
É mais caprichada. Os episcopais sempre me pareceram mais sofisticados que os baptistas. Prefiro os últimos. Questão de gosto.
Quinze pras onze entramos. Já havia um grupo de uns vinte turistas, todos bichos de goiaba. Ou seja, brancos. Haviam sentado na ala central, ao fundo.
Preferimos sentar na ala da direita, um pouco mais à frente.
No salão de culto, dos membros da igreja apenas umas seis mulheres, um rapaz e um senhor, todos do coral, um camarada ainda relativamente jovem e meio apertado dentro do terno, com cara de pastor, o baterista, um garoto prodígio de uns nove, dez anos na percussão e o maestro, Daniel Damen (salvo engano). Fiéis, sentados na platéia, nada.
Onze horas, começa o culto. O maestro toca o órgão, o pequeno coral canta, o menino prodígio substitui o baterista. Cantam algumas músicas, por exemplo, I’m blessed (que consta do CD).
Depois o rapaz-com-cara-de-pastor começa um sermão para os turistas. Fala e canta, à capela. Durante uma meia hora.
Chegam mais turistas. Provavelmente todos brasileiros. Vão lá pra frente. Muito à vontade, como se estivessem na praia. Aliás, pelas roupas, é onde deveriam estar.
O coral canta mais. Crianças passam com bandejas pedindo mais dinheiro (a entrada já custara 3 dólares por cabeça).
O pastor da igreja chega e assume o púlpito, todo paramentado. Fala pouco. Deixa o protagonismo com o maestro e o minúsculo coral (três sopranos, três contraltos, um tenor, um baixo).
Lá pelo meio dia, meio dia e pouco, os turistas – seguindo seus guias – começam a levantar e a sair. Despudoradamente. É assim. Afinal, turista não tem compromisso com nada, apenas com a agência de viagens.
Quando percorro a nave do templo com o olhar, só há negros. Mais a Baixinha e eu.
Logo tudo fica claro. Vai começar o culto. Os turistas já se foram.
Os diáconos vão para junto do púlpito.
O órgão começa a soar.
As senhoras, quase todas de chapéu, batem palmas. Uma delas trouxe seu pandeiro. E batuca.
O coral se amplia. O baterista reassume seu lugar e devolve o menino prodígio para a percussão.
O som se eleva. A alma vai junto.
Muita música. Muita alegria. Adoração.
O pastor dirige-se ao púlpito, fala durante alguns instantes e deixa que o maestro reassuma o comando.
O maestro começa a tocar. Em seguida, a cantar.
São uns quinze minutos de solo.
A emoção cresce. O solo é deslumbrante.
Tento segurar o choro. Pior. Ele vem com força, intenso.
Olho de esguelha pra Baixinha. Ela enxuga as lágrimas que teimam em não acabar mais.
Poucas emoções em minha vida foram tão intensas quanto à que vivi durante esses quinze minutos de solo. De lamento cantado. De enlevo e sublimação.
Termina o canto do maestro. A Baixinha e eu procuramos nos recompor. O coral recomeça. Os diáconos dançam e se movimentam de um lado a outro. Um deles se aproxima e pergunta se gostaríamos de almoçar com eles.
Problema: é claro que eles estão pensando que somos de alguma igreja baptista. Já pensou, chegar no almoço e ter de explicar que não, não somos crentes.
(Ah, se minha mãe estivesse lá. Abraçaria aquelas negras de chapéus, aqueles negros de ternos elegantes, suas irmãs e seus irmãos em Cristo. Chorariam juntos, sem razão. E conversariam na língua dos salvos.)
Agradeço o convite. Mas alego ter de ir embora logo.
Pouco depois, uma cena que não consegui entender. O pastor pega seu celular, finge discar um número. Quase todos se aproximam do púlpito, portando seus celulares. Todos fingem falar neles.
O Pastor desce do púlpito e caminha para a saída. Pára junto a uma cadeira vazia, deposita o celular aberto sobre a poltrona, ajoelha-se e começa uma oração. Os demais, lá na frente, continuam fingindo falar ao celular.
Terminada a oração, o Pastor recolhe seu celular, enfia-o no bolso e volta para o púlpito. Todos guardam seus respectivos telefones e a vida continua.
Adoraria saber o que isso significa.
Ficamos até o momento da ceia. Quando ela ia ser servida pelos diáconos, pedimos licença e fomos embora.
Com a alma em delírio.
Um delicioso peixe, em um bistrô do Upper East Side nos devolveu às preocupações do corpo.
quarta-feira, 26 de março de 2008
Um sábado na casa da filha
Sábado, 15 de março do ano da graça de 2.008, fomos conhecer a casa de minha filha.
Acordamos cedo, coisa meio incomum para nossos preguiçosos hábitos. Não somos como uma amiga nossa que afirma dormir muito pouco em viagens ao exterior porque não suporta dormir em euro. Talvez agora, com o dólar meio acabrunhado, ela durma um pouco mais, ao menos nos Estados Unidos.
E lá fomos nós, num daqueles táxis desvairados de NYC, até Grand Center Station.
Foi fácil achar o guichê adequado para comprar duas ida-e-volta para Westport, CT. Minha filha tinha dado todas as dicas.
O trem é bem razoável.
Depois de uma hora, lá estávamos nós em Westport, esperados por filha e neta.
Os três (elas e meu genro) moram em um condomínio muito bonito. Surgem por lá animais não muito comuns em cidades. Por exemplo, nesse gramado em declive que leva até a piscina e ao salão de festas do condomínio (foto abaixo), eles já viram uma raposa com seus filhotes.
Muito verde, muita tranqüilidade.
Depois de conhecer a casa e de tomar um uísque, fomos almoçar em um restaurante japonês. O cozinheiro dá um show de malabarismo durante o preparo da refeição:
O passeio pelo centro comercial de Westport foi tão animado que esquecemos de tirar fotos.
Mas sei que meus leitores têm imaginação suficiente pra preencher essa lacuna. Hehe.
No final da tarde, foi muito gratificante ouvir minha neta ler um trecho de um livro que ela está devorando. A escola pede que ela busque patrocinadores para a leitura. A coisa funciona mais ou menos assim: ela convence alguém a contribuir; a pessoa estipula quanto vai pagar por tempo de leitura. Por exemplo, 50 cents por hora. E estabelece um teto. Digamos, 30 dólares. Então ela lerá várias horas patrocinadas por aquele contribuinte. Arrumando vários contribuintes, ela fica estimulada a ler mais e mais.
O melhor de tudo isso é que ela, que ainda fará 8 anos em agosto, já lê com naturalidade e fluência espantosas.
Apesar da discordância do calendário, isso é o que se chama um sábado de aleluia.
Rockefeller Center
Fomos também dar uma espiadinha no Rockefeller Center. A famosa árvore de Natal não estava lá. Como quase todo mundo sabe, o Natal é em dezembro. Mas você pode vê-la aqui.
Nós nos contentamos com o "chafariz" e o rinque.
segunda-feira, 24 de março de 2008
The Virgin Mother
Estávamos passeando por Manhattan. Eis que surge, esquina de Park Avenue com 53rd Street, junto ao restaurante Lever House, essa estátua, de Damien Hirst.
Gostei.
Times Square
Na sexta-feira, 14 de março, depois do jantar, minha filha nos levou até Times Square, em seu pequeno descapotável. Chovia um pouco. Por isso as fotos não ficaram muito boas. Os fotógrafos (a Baixinha e eu) não serem lá essas coisas também ajudou. Ou atrapalhou. Ah, essas armadilhas da língua portuguesa.
Por via das dúvidas, lá vai uma foto de profissional, Dennis Flood, tirada em 2.002.
Seguem as fotos da Baixinha e, last and least, uma foto tirada por mim.
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