quarta-feira, 11 de janeiro de 2006

Lusobservações - II (Às armas)


Ouvi, certa vez, o cartunista Ziraldo afirmar que o único hino nacional que possui a palavra amor em sua letra é o brasileiro. Não sei se isso é verdade. Mas o facto é que, por sua vez, o estribilho do hino português sempre me assustou um pouco. Aquele às armas, às armas, soa-me excessivamente agressivo, bélico demais.
Digo melhor, soava-me.
Dia desses, por estar a morar cá entre as muralhas do castelo de Bragança, fui visitar o Museu Militar que aqui está instalado. Pagamos três euros, sob os protestos da baixinha, que entendia ser despesa pra lá de inútil.
Surpresa: logo na entrada do museu, qual foi a primeira peça (de artilharia?, de infantaria?) com que nos deparamos. Nada mais, nada menos que um tonel de aguardente:
Que bela arma!
Fotografei-o de imediato. Admoestado por um guarda do museu (as fotos são proibidas, não tinha eu me apercebido disso), pedi desculpas. Mas guardei a foto.
Pra mim, a partir de então, o às armas, às armas, ganhou um novo sentido, muito mais agradável, nada agressivo. Passarei a cantar o hino português com o entusiasmo devido.

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