domingo, 6 de março de 2005

Viva a saltapocinhas


Podem me chamar de bocó (esse termo nem mais se usa), mas várias vezes me emociono com detalhes da educação em Portugal. É o facto, por exemplo, de um concelho pagar a um taxista pra que leve à escola - todo santo dia - um aluninho perdido em alguma aldeia remota. Essa destinação de uma fatia do orçamento demonstra a importância que os portugueses reconhecem na educação. Eles, de natural tão pão-duros, "esbanjam" para que uma criança tenha acesso ao estudo. Sei que mesmo assim é pouco. Meus primos do Alentejo me contaram que a escola em que estuda sua filha não consegue verba pra pagar a alguma senhora pra que fique com as crianças nas horas em que não está a professora. Mas, comparada a situação portuguesa à brasileira, não. Não há comparação. Crianças do sertão andam quilômetros, todos os dias, para ter acesso à escola. Quando há escola. Afinal, nossos atuais dirigentes esnobaram escolas e estudos e "deram certo". Pra quê desperdiçar dinheiro com essas bobagens?
Tudo isso a propósito de uma professora de Aveiro que teve a idéia de fazer seus alunos da segunda série (imagino que crianças em torno dos oito anos, por aí)produzirem um blog.
Não deixem de visitar o Blog dos Golfinhos.É, antes de tudo, um tributo ao futuro. Um investimento na qualidade da posteridade.
Quase dizia que é uma pena que "saltapocinhas" seja pseudônimo. Gostaria de homenagear a pessoa verdadeira que se esconde sob esse rótulo.
Ao pensar mais um pouco, descubro que isso é bom. No pseudônimo, com seu caráter anônimo, fica uma homenagem a tod@s @s professor@s portugueses.

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