quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Generation gap

Antigamente, no Brasil, os petistas eram os Catões da República.
Hoje são os catões do Erário.

Passeio de fim de ano - Andorra

O Principado de Andorra fica nos Pirineus. Aqui só tem montanha grande. Nada de morros ou colinas. Como se costuma dizer quando algo é de grandes proporções, isto aqui é briga de cachorro grande.

As fotos seguintes são da capital, Andorra a Velha.







Até a Doga está agasalhada. A temperatura até que é positiva, mas o vento é gelado.



Essa foto é para mostrar como alguns automóveis circulam com restos de neve em cima.




Agora estamos em Encamp, cidade em que há um transporte funicular para passear-se sobre estações de esqui. Essa história de passear em um cesto de vidro pendurado em cordas eu passo.



O frio aqui em Encamp já é mais rigoroso.





O Hotel Plaza é dos raros hotéis bons que aceitam cães. E nele os há, nestes dias, até grandes.





Até 2015! Que seja um bom ano para todos.

domingo, 28 de dezembro de 2014

Passeio de fim de ano - Logroño


Hoje fomos andar por Logroño. Só no entorno do hotel, claro. Mas parece ser o centro da muvuca.
Tiramos algumas fotos durante o dia, outras à noite.
O almoço foi em El Rey del Jamon. Eu não tinha fome alguma, por ter feito o pequeno almoço bastante tarde. Mesmo assim, era imprescindível que se escolhesse um primeiro e um segundo pratos. Tive de comer uns chorizos acompanhados de batatas (batatas que abandonei, em troca de selecionar os chorizos) para depois mergulhar em um muslo de pollo (perna de frango) bem razoável (pra quem não tem fome, nada pode ser muito bom...). Tudo regado a um muy rico tinto de Rioja.
Deixo algumas fotos.
Até Andorra.


Algumas imagens de Logroño durante o dia:







Catedral de  Logroño:


Mais imagens de Logroño durante o dia:







Há lugares com wi-fi na rua. Não testei.


Logroño à noite:



sábado, 27 de dezembro de 2014

Passeio de fim de ano


Vamos até Andorra a Velha a passar lá a entrada de ano.
Tanto a ida quanto a volta foram planeadas em duas etapas, que ninguém é de ferro.

A ida é: Bragança a Logroño. Um dia em Logroño para conhecer um bocadinho da Capital do Vinho. Aliás, capital da província de Rioja. Depois, Logroño a Andorra a Velha.
As duas viagens nos fazem percorrer 450 km cada.

A volta será pelo mesmo caminho mas com parada em Burgos. Se Logroño fica bem no meio do percurso, Burgos já fica um bocadinho mais próxima de Bragança. Ficaremos também um dia em Burgos.

Em Andorra ficaremos de 29 de Dezembro a 2 de Janeiro.

Hoje chegámos a Logroño. Em exatíssimas 4 horas. Sem (quase) desrespeitar o limite máximo de velocidade. Estradas perfeitas e quase sem movimento. Apenas algum trânsito nas proximidades de Valladolid.

Depois de instalados no hotel, fomos a pé, já com alguma chuva, jantar no La Abuela Encarna.
Encantaram-nos as ruas abarrotadas de gente. Inclusivamente muitos casais com bebés em carrinhos. Todos a passear e a lotar restaurantes e cafés, mesmo com algum frio e chuva.
Isso é aproveitar os espaços que a cidade proporciona.

Instalados no restaurante, saboreámos pão torrado com molhos: um de tomate, outro de alho.
Lulas maravilhosas enquanto aguardávamos a paella de pulpo, gambas e calamares (polvo, camarões e lulas).
Tudo acompanhado, claro, de um crianza de Rioja.


Fotos? Só amanhã.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Dia de Natal


Para falar a respeito deste dia de Natal de 2014 é preciso dizer algumas coisinhas antes.

Meu pai nasceu em Passos, aldeia de Vinhais, no nordeste de Portugal. Teve um único irmão, meu tio Agripino Santelmo.
Aos catorze anos meu pai entendeu que era hora de ir em busca do pai, um homem que havia deixado a minha avó dois filhos e se despachara pro Brasil.
Lá se foi Alberto Augusto em busca de reconhecimento paterno. Cá ficou seu irmão Agripino.
Meu pai, no Brasil, depois de desprezado pelo pai, deu voltas à vida, tornou-se pastor batista e teve três filhos. Dos quais sou o mais novo.
Meu tio Agripino manteve-se fiel às origens de agricultor. Viveu toda a vida na aldeia e teve duas filhas: Zelinda Bela e Dora da Caridade.
Passaram-se os anos, como costumam passar.
Morreram meu pai e meu tio.
Um dia vim a Portugal e conheci Zelinda e Dora. Nem sabia – até então - que elas existissem.
Aos poucos, bem devagarinho como deve ser, fomos construindo um vínculo.
Hoje, como no ano passado, nos reunimos em minha casa em Bragança. Zelinda, Dora, seus maridos, e a filha de Zelinda com o marido e a filha. Várias gerações de uma mesma estirpe.
Em Portugal, sabe-se, a comida é sempre o centro de tudo.
Mas, depois do almoço, na conversa entre primos, minha Dora confessou:
Queria que cá viesse, não sei de onde, meu pai. E visse cá reunidos suas filhas com o filho de seu irmão Alberto Augusto.


Também eu queria, Dora.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Brasil, meu Brasil brasileiro


O senso de humor dos governantes brasileiros.

Assisti ao depoimento da sra. Venina ao Fantástico.
Agora sou avisado de que verei no Jornal Nacional (que cá em Portugal vai ao ar lá pela uma da madrugada) a presidente da Petrobrás, Graça Foster, a dizer que Venina não foi clara em suas denúncias.
Quanto a mim, concordo com Millôr:
Foi tão clara como a gema.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Dúvida socrática


No Brasil, “pessoas utilizadas como intermediárias em fraude ou negócio suspeito” (Dicionário Priberam) são popularmente conhecidas como “laranjas”. São os testas de ferro. A legislação, mais formal, as trata por “interpostas pessoas”.
O ex-primeiro-ministro português José Sócrates é defendido em processos anteriores à sua prisão pelo famoso causídico Daniel Proença de Carvalho.
Para surpresa geral, resolveu agora apresentar-se perante a Justiça por intermédio do ilustre desconhecido advogado João Araújo.

Dito isso, pergunto: terá sido o ex-PM Sócrates o inventor da figura do advogado-laranja?

Ou apenas deu-lhe na gana prestigiar os simples pois deles é o reino dos céus?

domingo, 21 de dezembro de 2014

Convicções


Todo ano, já lá se vão uns vinte e tal, ia eu ao Colégio Rio Branco, uma instituição dos rotarianos em São Paulo, para assistir à entrega do prêmio Rotary aos melhores alunos, entre eles meu filho.
Encontrava sempre meu amigo Armando Kagueyama, muito ocupado a fotografar os dois filhos que também invariavelmente ganhavam o prêmio.

Ao fim de uma dessas cerimônias comentei com Armandinho em tom de brincadeira:
- Parece que o grande mérito dos prêmios de teus filhos é teu e de tua mulher. Afinal sempre os dois são premiados. Já em meu caso o mérito maior é mesmo de meu filho. Minhas filhas não dão importância a isto. Logo, a culpa não é minha. É só dele.

Lembro esse episódio ao constatar a satisfação de muitos pais ao verem todos os seus filhos a seguirem seus passos. Ou ao menos os passos por eles recomendados...
Todos com profissões que os pais admiram. Todos com as mesmas crenças religiosas.


De quem é a culpa? Ou o mérito, tanto faz.

sábado, 20 de dezembro de 2014

Campeonato Mundial de Clubes


O Real Madrid acaba de vencer a equipa do Papa Paco.
Duas bolas a zero. Mas poderiam ter sido cinco ou seis.
(Falamos de futebol).
Esse torneio não faz sentido. Não é à toa que ninguém lhe dá importância cá na Europa.

A Copa do Mundo de seleções nacionais coloca frente a frente os grupos de jogadores de cada nacionalidade (vários naturalizados, é verdade). Faz sentido.
Quanto a clubes, toda gente sabe que qualquer jogador que se destaque em seu país de origem é logo “puxado” para algum clube europeu.
O desnível entre o campeão europeu e os demais campeões continentais torna-se gigantesco.
Recentemente, o meu Santos F.C. foi humilhado pelo Barcelona em uma final desse torneio.
Hoje o Real Madrid ao fazer seu segundo golo logo no início da segunda fase do jogo desistiu da disputa e a partida transformou-se em treino.

A comemoração ao fim da partida foi quase tão festiva quanto um velório.


Até que o equilíbrio se restabeleça entre os clubes dos diversos continentes, seria melhor interromper a disputa desse torneio.

Para um ano que se vai


As pessoas que comparam o Português praticado no Brasil com o exercido em Portugal costumam enfatizar pitorescos desencontros de linguagem.
A “fila” do Brasil torna-se “bicha” em Portugal, que por sua vez volta ao Brasil como “viado”, que embarca de volta a Portugal como “paneleiro”.
Prefiro ficar em outros desencontros.
Os portugueses não têm xará. “Xará” é o homônimo.
O caqui, aquela fruta deliciosa, em Portugal continua uma delícia mas chama-se “dióspiro”. Só que toda gente o chama de “diospiro”, assim, paroxítona.
Aliás, não se fala “todo mundo” cá em Portugal. É mesmo “toda gente”.
E já que 2014 está no fim, diga-se que ninguém em Portugal deseja um “bom final de semana”, nem “um bom final de ano”. Diz-se apenas “bom fim de semana” e “bom fim de ano”.
Mais curto. Melhor.


sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Ciência das ciências


Jovem, eu acreditava que a Matemática era a Ciência das ciências.
Na cimeira dela reinava a Lógica.


Tempos depois descobri que a Ciência das ciências é a Química entre os amantes.


Futuro do pretérito (condicional, para os íntimos)

O analfabetismo parece que já ocupa todas as funções nas redações da imprensa brasileira.
O jornalista Carlos Brickmann, esse sim, jornalista dos tempos em que nas redações se sabia ler e escrever, não se cansa de enumerar absurdos nas manchetes dos jornais e dos portais da Internet.
É um tal de chamar uma mulher esquartejada e enfiada aos pedaços em uma sacola de "suposta vítima" e outras pérolas do mesmo calibre.
Pois o Estadão acaba de anunciar uma lista de políticos acusados por Paulo Roberto Costa de receberem recursos desviados da Petrobrás.
Como quase toda gente sabe, Paulo Roberto Costa é ex-diretor da Petrobrás e - depois de preso - fez acordo de delação premiada e abriu o bico.
Pois. Quando ele disse que - por exemplo - o senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco, recebeu um milhão de reais, ele certamente não disse que o senador "teria recebido" um milhão de reais.
Veja o que nossos valorosos jornalistas escreveram. Aí vai uma pequena amostra.


Leituras habituais


Todas as quintas-feiras recebo as revistas Visão e Sábado.
Em ambas minha leitura começa pela última página (e às vezes se restringe a isso).
Divirto-me com o texto de Ricardo Araújo Pereira, na última página de Visão.
O que ele escreve tem sempre piada, mesmo quando faz contorcionismo em defesa do Sócrates, aquele.
Meu preferido é mesmo Alberto Gonçalves, que preenche a última página da Sábado com seu Juízo Final.
Seus méritos, a meu ver: ironiza as Esquerdas e satiriza qualquer que seja o governo de plantão em Portugal. Acima de tudo, escreve muitíssimo bem. Algo não tão incomum em Portugal mas raríssimo no Brasil. O restante são coincidências: temos o mesmo nome, habitamos ambos as duas extremidades da autoestrada A4. Ambos gostamos bastante das interpretações de António Zambujo.


Do Brasil, recebo mensalmente a revista Piauí. O primeiro que leio é o Diário da Dilma, do ghostwriter Renato Terra. Talvez a única vantagem decorrente da reeleição da “presidenta” seja que poderemos ter mais algum tempo de monólogos como esse aí, na imagem.


quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Hoje não é mais assim


Acho curioso o argumento de muitos cristãos. Dizem que isso de matar hereges em fogueiras e tal é coisa de séculos atrás. Que hoje já nada disso se faz.

É como se alguém se dissesse favorável à escravidão. Quando um outro alguém se espantasse diante de tal opinião, diria que já vai pra lá de um século que não existe escravidão no mundo. Ao menos patrocinada por Estados, abertamente.

Ora, o Cristianismo que mandava hereges à fogueira tinha basicamente os mesmos princípios que mantém até hoje. É o caso de perguntar a um cristão: fosse você cristão na Idade Média, seria favorável à execução de hereges?

Não? Então você seria um deles.


Bem-vindo ao clube.

Reatamento EUA e Cuba

Sempre achei Barack Obama um bom exemplo de pastel de vento.

Mas algo como o fim do embargo americano a Cuba e a normalização das relações entre os dois países constitui – sem dúvida – aquilo que se costuma chamar de “data histórica”.

É claro, algumas cabecinhas de papel da Esquerda levaram o assunto para o ramo da galhofa.
Emir Sader falou em fracasso dos EUA.
Outros delirantes menores fizeram ironias e piadinhas.
É o que se pode esperar dessa gente.

Mas a data passará à História, e essa gente irá para o lixo.

Como, de resto, todos nós...

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Um novo Chaves

Quando era prefeito da cidade de São Paulo, Maluf construiu o túnel Ayrton Senna com um enorme superfaturamento.

Foi condenado por isso.

Mas considerou-se que ele superfaturou sem querer, querendo.

Graças a isso, vai tomar posse como deputado federal pelo Estado de São Paulo, mesmo sendo procurado pela Interpol e, portanto, sem poder sair do país.


Eu disse “país”?


segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Tortura



Em minha opinião, um dos melhores textos de 2014 na imprensa brasileira.
Quando eu estava no DOI-Codi e já naquela fase em que a tortura era menos violenta (só alguns choques com curta duração) e quando já era possível trocar algumas palavras com os carrascos, ouvi várias vezes deles:
- Nós não iríamos conseguir acabar com vocês se não fosse a tortura. Caso não a utilizássemos vocês não diriam nada.

domingo, 14 de dezembro de 2014

Graça Foste


Moro há cinco meses em casa de um amigo.
É que fui visitá-lo uma noite e toda vez que eu dizia que era hora de ir-me, ele retrucava:
- Fica mais um pouco!
Falou isso duas vezes.