terça-feira, 25 de maio de 2010

Dora e Arnaldo


Pois bem. Hoje é o aniversário de minha prima Dora e anteontem foi o de seu marido Arnaldo, que nasceram e vivem em Passos de Lomba. São tão unidos que nasceram quase no mesmo dia (faltaria saber em que ano nasceu cada um. Isso fica pra lá)
Tiveram um filho, o José Carlos, que vive no Alentejo mas que vem ao Norte todos os anos para ajudar os pais na colheita das castanhas. O "meu Carlos", como sempre diz a Dora, é casado com Utília, mulher de cabeça feita, e têm uma filha de nome encantador: Sofia.
Só agora me dei conta de que tenho apenas fotos sofríveis dos dois.
Esta, abaixo, subtraí de uma foto mais ampla, de um almoço em casa de Zelinda, irmã de Dora.

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E aqui está Dora, em roupa caprichada (apesar da pose de Vai encarar?, Dora é a pessoa mais doce que conheci em toda minha vida):

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Por fim, o casal, também extraído de foto mais ampla. Ainda pego os dois de surpresa, para foto melhor (escondidinhos, estão Zelinda e seu marido, o incrível Alípio).

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Maria Branca dos Santos


Semana passada, ao ler Visão, dei de cara com entrevista do ex-ministro das finanças de Portugal, Campos e Cunha (apesar do nome, ele é um só). Dizia ele que “o Estado vive há anos num esquema parecido com o da D. Branca”.
Fiquei na mesma.
Hoje, ao ler o Diário de Notícias, deparei-me com o texto de Pedro Tadeu: “Uma crise provocada por os grandes banqueiros e os seus amigos negociarem dinheiro de poupanças e investimentos como se fossem a versão premium da dona Branca.”
Alto lá!
Não sou um português tão ignorante assim. Já sei até quem foi o soldado Milhões!
Mas, afinal, quem terá sido dona Branca?!?
Percebo, então, que minha ignorância não tem fim.
Dona Branca já foi, até, protagonista de novela.
Prometo que vou estudar-lhe a vida até aos mínimos detalhes.
Vai que isso ajude Portugal a sair de seu atoleiro.

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domingo, 23 de maio de 2010

Flores e Festa


As fotos a seguir eu as tirei em Bragança, sexta-feira, 21.

A primeira é tirada da praça da Sé. Vê-se ao fundo, no alto, o castelo de Bragança.

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Esta outra realça as flores da praça, além da Baixinha e da Doga, recuperada depois de uns remédios chineses e algumas sessões de acupuntura.

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Esse jardim é um dos muitos que embelezam a primavera bragançana. Fica a meio caminho entre o IPB (Instituto Politécnico de Bragança) e a Zona Industrial.

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No sábado, fomos a Passos, para a festa de Nossa Senhora da Caridade. Lá pelo meio-dia há missa, seguida de procissão. Não vimos nada disso pois minha família é religiosa mas dá prioridade ao estômago, o que muito me agrada. Ficámos na casa da Zelinda (minha prima) e almoçámos leitão e cordeiro, mais batatas ao murro, legumes etc e tal.
Vejam só como a primavera, em Passos, não poupa nem as pedras à beira dos caminhos e as povoa de flores:

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Consegui obter esta foto da Doga em desabalada carreira, o rabo empinado a denotar inequívoca felicidade. Contudo, maior é a minha, a ver a pequena a correr, livre.

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O altar abaixo fica ao pé do café do Otávio Marcelo. Não sei se reverencia a Nossa Senhora da Caridade ou o quê.
Sou mais ignorante a respeito de símbolos católicos do que a candidata a presidente do Brasil, Dilma Roussef. Perguntada pelo jornalista (vá lá) Datena sobre suas convicções religiosas, em entrevista na TV, enrolou-se toda na referência a Nossa Senhora. O tal Datena, querendo ajudá-la, criou a Nossa Senhora de Forma Geral. Penso que esse altar poderia bem homenageá-la.

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Próximo ao altar, preparava-se o carro de som para a festa da noite. A Doga apavorou-se com o alto volume do som e fugiu. Mostrou mais bom senso que a juventude atual, afundada em toneladas de decibéis.

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De volta à casa da Zelinda, quis fotografar o burro pertencente a meu primo Alípio (cuidado lá com o que dizes, homem!). Ele estava à sombra e a foto não sairia lá essas coisas. Penso que ao perceber isso, aproximou-se de mim, colocando-se ao sol.
Lembrei-me da expressão Pôr o burro na sombra. Acabei por fazer o contrário.

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sexta-feira, 21 de maio de 2010

Ainda Bruna Real


Fiz um post, ontem, sobre a professora de Mirandela que saiu na Playboy.
Pensei que a notícia passaria um tanto em branco: os assuntos do nordeste trasmontano não interessam aos portugueses das metrópoles.
Ledo engano. Hoje, ao ler as revistas que saíram ontem, constatei:
Os dois articulistas de que mais gosto, Ricardo Araújo Pereira (revista Visão) e Alberto Gonçalves (revista Sábado) não conseguiram escapar dos encantos da docente.

É certo que Alberto Gonçalves, além de meu xará (Renato é apenas um pseudônimo), parece ser morador de Bragança. Mas é inegável a atração que o evento provoca em qualquer um que tenha freqüentado os bancos escolares.

Voltei a meus tempos de Colégio Marçal, em Santos. Fiz lá os 3º e 4º anos do curso primário. No 3º, tinha eu meus 9 anos, a professora acabara de ter filho ou estava grávida, não me lembro ao certo. Tinha jeito de mãezona e não me inspirava fantasias sexuais. Ao chegar ao 4º ano, fui entregue aos cuidados da irmã da primeira professora.
Dona Cidinha.
Encantadora.
Preencheu meus dez anos de idade com fantasias incríveis.

Não consigo, simplesmente não consigo, imaginar o que seria de mim se tivesse acesso, na época, a fotos de dona Cidinha inteiramente nua.

Teria eu sobrevivido?

quinta-feira, 20 de maio de 2010

É fogo!


A fogosa cidadã - Bruna Real - de cuja excelência vai aí uma amostra era professora em uma freguesia de Mirandela, cidade próxima aqui de Bragança. Professora de Expressão Musical, diga-se.

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Deixou-se fotografar pela Playboy e causou previsível alvoroço.

Agora pretende voltar às aulas, pois foi transferida para o Arquivo Municipal em função de sua aparição na revista masculina.

Se conseguir seu intento, penso que o Arquivo Municipal verá o número de seus freqüentadores sensivelmente diminuído. O interesse pela pesquisa deve ter aumentado muito em Mirandela desde sua transferência para o Arquivo.

O que mais me chamou a atenção, logo após a exuberância da mestra, claro, claro, foi o nome da freguesia na qual ela ministrava suas aulas: Torre de Dona Chama.

Os alunos, por certo, viviam a pegar fogo.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

É primavera


Saí, agora de manhã, pra dar umas voltas com a Doga. Céu sem nuvens, 22,4 ºC, quase nenhum vento.
Em um terreno baldio havia flores lindas. Catei algumas e vou ganhar alguns pontos com a Baixinha.

O arranjo está sofrível, mas penso que vai agradar

domingo, 16 de maio de 2010

sexta-feira, 7 de maio de 2010

7 de abril de 2.011


Então. Depois de fazer as contas concluí: meu último dia de trabalho será o dia 7 de abril do ano que vem.

Essa história vem de longe. Aos 15 anos de idade consegui meu primeiro aluno particular de matemática. Ele era aluno de minha mãe no Colégio Canadá, em Santos. Terceira série do Ginásio. Quanto a mim, cursava o primeiro Científico.
O pai do garoto procurou minha mãe pra pedir aulas particulares. Minha mãe não podia dar aulas particulares a seu próprio aluno no Colégio. Sugeriu que eu desse as aulas. Engraçado, isso. Hoje em dia dirão que isso era errado. Eu, filho da professora, dando aulas pro aluno dela?! Naquela época, isso soava normal. Ninguém imaginaria qualquer irregularidade. Simples: o normal era que as pessoas fossem honestas. E minha mãe era. O pai do garoto também. Jamais me passou pela cabeça perguntar a ela o que cairia em uma prova que meu aluno faria. E se eu perguntasse, nem sei o castigo que receberia.
Mas isso foi no tempo em que os animais falavam e as pessoas eram – em regra – honestas.
Meu aluno era filho de um cidadão aposentado, de nível elevado. Não me lembro qual era sua profissão. Desembargador? Médico? Acho que era médico legista. Sei lá. Esqueci.Vivia só, com o filho, em um apartamento na Epitácio Pessoa, Santos, rua paralela à praia, uma quadra de distância do oceano. Era obcecado pelo temor de que sua ex-mulher viesse seqüestrar o filho. Só saía sozinho de casa quando eu chegava para a aula. Recomendava que eu não abrisse a porta do apartamento para ninguém. Aproveitava, então, para dar umas voltinhas enquanto eu servia de cão de guarda e de professor de matemática.
Comecei minha primeira aula, como não poderia deixar de ser, tremendo como vara verde (era como se dizia naquele tempo). Poucos minutos depois de ter começado a aula, o pai – que naquele primeiro dia ainda não se aventurara a sair pra passear – veio me perguntar se podia gravar a aula. Podia, claro. Só não disse a ele o que isso significava para meu sistema nervoso.
Aos poucos, constatei que meu aluno não precisava de aulas particulares. Era excelente aluno. Penso que era o pai que necessitava de um guardião que lhe desse uma hora de folga durante três dias da semana. Cumpri meu papel. Ganhei meus primeiros trocados.

Ao começar a cursar a Escola Politécnica, já órfão de pai, já em São Paulo, já com 18 anos, percebi que viver às custas de minha irmã – que passara a bancar a família – não era lá coisa tão respeitável. Tinha de fazer o que sabia: dar aulas particulares de matemática. Fiz isso ao longo de todo o curso de engenharia. Pelo menos, já não pesava tanto na contabilidade da mana. No último ano, consegui uma promoção: comecei a dar aulas em cursinho para vestibulares.
Fiquei algum tempo nisso. Até querer casar e procurar emprego mais aceitável pelos pais da namorada. Um estagiozinho na Light e pronto: desemboquei no Instituto de Matemática da USP, recém constituído.
Preso, perdi a condição de acadêmico. Virei subversivo recolhido à prisão.
Voltei à USP depois de solto, em condicional.
Por querer ter filhos, resolvi correr pra iniciativa privada, onde se ganhava mais.
Lá fiquei quase 20 anos.
Fui bem sucedido. Tive meus altos e baixos, como quase todo mundo.
Por me perceber sem vocação para empresário, o que seria a evolução natural, refugiei-me no serviço público.
Chego ao final. Que – pra mim – é um início.
Jamais vou me esquecer do dia em que saí de uma aula particular ali perto do Parque do Ibirapuera. Tinha ainda 18 anos. Dirigia o Fusquinha de minha mãe de volta pra casa quando tive o insight. Por ironia, em frente à Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo:
Vou ter de trabalhar a vida toda se quiser comer.
Senti um calafrio percorrer minha espinha.

Fiz exatamente isso durante 50 anos, mais ou menos.
Houve momentos, quando trabalhava na Promon Engenharia, por exemplo, em que levantava de minha mesa, me refugiava no banheiro e chorava violentamente até descarregar toda minha frustração.
Mas, de choro em choro, de riso em riso, criei três filhos maravilhosos e quase transformo esse post em texto de auto-ajuda.

Vou pra Portugal perder meu lugar.

Perder meu lugar e ganhar uma vida sem trabalho, na mais pura vagabundagem.
Falta pouco.

domingo, 2 de maio de 2010

Joia rara


Há muito esperava a publicação do livro sobre Passos, de meu primo Orlando.
Imaginava eu que seria um detalhamento dos parentescos dos habitantes de nossa aldeia.
Acabo de ler o livro finalmente publicado.
É bem mais do que eu imaginava.
Orlando descreve a Passos dos anos trinta do século passado, período em que ele - nascido no Brasil - lá viveu. É incrível que ele, mesmo sendo criança de menos de 8 anos na época, lembre de tantos detalhes da vida aldeã.
Nos últimos capítulos, enumera as alterações que foi constatando em suas viagens posteriores à Zona da Lomba.
O livro acaba por ser uma fotografia fantástica de um Portugal afastado dos roteiros turísticos.

Clique para ver Passos. Não sei quem fez esse pequeno filme

P.S.: Vou perguntar a ele como se deve fazer para adquirir o livro. Explico depois.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Arca de Noé

Arca de Noé - reprodução
Quem procura acha. No caso, acha que achou.

O Diário de Notícias relata, hoje, que exploradores (ops!) evangélicos chineses encontraram a Arca de Noé.

Mais uma.

Um tal de O Pesquisador Cristão relata vários outras descobertas do gênero.

Se pudéssemos juntar todos os pedaços da Arca de Noé presumivelmente encontrados, seria possível construir dezenas delas.

É mais ou menos o que acontece com a cruz de Cristo ou com pedaços do Santo Sudário ou com pregos da cruz. Com as relíquias de modo geral.

Santo Sudário - um deles
Prego da Cruz

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Notas clericais


Agora vai!

O problema da pedofilia na ICAR chegou ao bolso. Agora o vice-deus vai ter de agir.

Piada pronta

Um padre siciliano criou, há 14 anos, uma associação para combater a pedofilia. O Papa elogiou o trabalho da tal associação.
O nome da associação: Associação Meter.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

O fim do mundo


Em 1.974, fiz uma aposta com um colega de trabalho:
Ele garantia que o mundo iria acabar em 20 anos.
Quanto a mim, já era de opinião que o mundo acaba quando eu morrer. E, naquela época, não planejava morrer nos 20 anos seguintes. Aliás, continuo assim.
Quando chegamos a 1.994 pensei em procurar o antigo colega mas não consegui reunir entusiasmo suficiente para isso.
Esse colega era (ou é, sei lá) estudioso de textos apocalípticos. Pertencia a uma denominação evangélica com nome pouco expressivo (Igreja Cristã ou algo assim), bem ao contrário das seitas neopentecostais dos dias de hoje: Igreja Universal, Igreja Mundial, Igreja Planetária, Igreja da Via Láctea etc etc.

Lembrei-me dele a propósito desse vulcão da Islândia que já começa por situar-se em geleira com nome impronunciável.
Fui ao Apocalipse e encontrei:

Apocalipse 9:2 – E abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço, como a fumaça de uma grande fornalha; e com a fumaça do poço escureceram-se o sol e o ar.


Bingo!

Não sei (na verdade, não tive paciência para me informar) a quantos anos do final dos tempos está essa fumaça. Mas, no versículo seguinte pode-se ler:

Apocalipse 9:3 – Da fumaça saíram gafanhotos sobre a terra; e foi-lhes dado poder, como o que têm os escorpiões da terra.


É fácil imaginar a quantidade quase infinita de interpretações as mais malucas pra essa história dos gafanhotos. Afinal, a turma da Teologia anda meio sem ter o que fazer já faz um bom tempo.

Gostei mais desta, veja só:

Outros pensam tratar-se de algum papa ou bispo, ou mesmo de algum concílio eclesiástico que contribuiu para “obscurecer as doutrinas cristãs” ou “distorcer as escrituras”
[Russel Norman Champlin in O Novo Testamento Interpretado, vol 6]

Considerando a seqüência de besteiras que o Vaticano vem perpetrando, acho que os que bolaram essa interpretação acertaram na mosca.

Ou no gafanhoto.

Capivara no rio Pinheiros

Clique para saber mais sobre capivaras
Uma sugestão para quando você - que (sobre)vive em São Paulo - estiver parado em congestionamento em uma das Marginais: fotografe capivaras.
Ajuda a passar o tempo.

Ora, as leis

Clique para ampliar
No Brasil é assim: a placa avisa que ônibus e caminhões não podem fazer retorno nesse local. O ônibus faz e pronto. Fica tudo por isso mesmo.
E se alguém resolver advertir o motorista do ônibus corre o risco de levar um tiro.

Que país maravilhoso!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Progressos


Em relação a Portugal, não posso ainda afirmar que esteja a progredir em meus conhecimentos. Estou, isto sim, na fase de tomada de consciência de minha ignorância, o que é um bocadinho diferente.
Minha última descoberta vem a propósito das comemorações do centenário da República: a existência do Soldado Milhões.

Clique para ler sobre as homenagens ao herói transmotano
Gostei imenso de saber que o nome dele era, na verdade, Aníbal Augusto Milhais. Mas a saudação que lhe teria feito um comandante português ampliou a série de trocadilhos patrióticos. Teria dito o emocionado comandante:

- Tu és Milhais mas vales Milhões!

Só não percebi se foi o Milhões que salvou das águas o tal médico escocês ou se foi o contrário.
O relato da Novopress afirma:
Quatro dias depois da batalha, encontrou um médico escocês que o salvou de morrer afogado num pântano.
Já a Wikipédia inverte:
Quatro dias depois do início da batalha, encontrou um médico escocês, salvando-o de morrer afogado num pântano.

Quanto a mim, prefiro a primeira versão por uma razão muito simples: empatia.
Explico: eu – tal qual o soldado Milhões - costumo ser salvo das águas por um escocês de, no mínimo, 12 anos.
On the rocks.

domingo, 18 de abril de 2010

Copa do Mundo de Futebol



Dia desses, um empresário que conheço me disse que iria participar de um seminário sobre temas de sua área de atuação. Local do encontro: Cidade do Cabo, África do Sul.

Disse mais: que foi aconselhado a não sair nunca do hotel em que ficaria hospedado e onde se daria o evento. Isso graças ao hábito dos assaltantes da Cidade do Cabo de estuprar suas vítimas, além de aliviá-las de seus pertences. Passou então pela minha cabeça a ideia de que o nome da cidade poderia resultar de um trocadilho infame, caso a língua nativa fosse o português.

Clique para ler a respeito da Cidade do Cabo
Depois de seu retorno, contou-me:
Certo dia, por ter se prolongado até o meio da tarde a reunião da manhã, resolveu – junto com outros participantes do seminário – sair do hotel para comer alguma coisa nas proximidades. Por estarem em grupo, nada de anormal (para eles) aconteceu.
Quando regressavam ao hotel, em torno das seis da tarde, notaram que todas as lojas já estavam fechadas e com barricadas em frente a elas.

Agora que já contei, podem ir assistir à Copa do Mundo sossegadinhos.
Boa sorte.

Que lobby é esse?


Li, ontem, que o ex-cirurgião plástico Farah foi solto menos de dois anos depois de ter sido condenado a 13 anos de prisão pelo assassinato e esquartejamento da amante.
Eu disse es-quar-te-ja-men-to.
Não sei se ele realmente fez isso ou não. Sei que ele foi condenado por isso.
Por que só menos de dois anos de prisão?
Diga-se que esse tempo é grande. Sei disso por ter passado tempo semelhante na cadeia. Não é fácil.
Mas se a justiça estipula 13 anos, por que soltar o cidadão com menos de 15% de cumprimento da pena?
E o caso do cidadão solto em Goiás, que logo em seguida violentou e matou seis jovens?
É notório que a avassaladora maioria da população brasileira é radicalmente contrária a esse sistemático abrandamento das penas. Ao contrário, o povo clama por penas mais pesadas para a maioria dos crimes.
Mas há um incrível lobby que impede que essa vontade da maioria se torne eficaz.
Que lobby é esse?
Quais os interesses que lhe dão força?
Para mim, mistério.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Os responsáveis somos todos


A tragédia do Morro do Bumba, Niterói, na qual – dizem – morreram mais de 200 pessoas, resultou de conluio entre população e autoridades.
Em 2.004 já especialistas alertavam para o problema: as casas estavam sendo construídas sobre um lixão. Na época, parece que eram apenas 14 casas.
Teria sido mais fácil removê-las de lá. Mas, se algum político resolvesse promover essa desocupação, seria contestado por movimentos sociais e perderia votos.
Por isso, a situação foi se agravando.
Até explodir. Literalmente.

A grande visibilidade que essa tragédia obteve é resultado de ter ocorrido de repente. De uma vez só.
Em São Paulo, a negligência das autoridades diante da proliferação de motoboys provoca muito mais mortes. Mas, como a coisa se dá ao longo do tempo – e não numa tacada só – a população se acostuma e se acomoda.
Morrem quase 400 motoqueiros todo ano no trânsito de São Paulo. São dois morros do Bumba todo ano. Morrem por que não respeitam leis de trânsito, trabalham pressionados pelos prazos de entregas de encomendas, não têm formação adequada para conduzir as motos etc etc. Mas, a essa altura, já são um enorme contingente de eleitores. Os políticos, ao invés de acabar com esse absurdo, freqüentam o sindicato dos motoboys em vésperas de eleições e fazem de conta que se trata de categoria profissional normalíssima.

As leis, para os brasileiros, servem às vezes. Se a legislação não nos atrapalha, somos legalistas.

E as tragédias vão continuar. Como na anedota do escorpião, é da nossa natureza.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Presidiário generoso


Estava eu aqui, trabalhando, quando meu celular acusa o recebimento de um torpedo.
Constato que o torpedo vem de um telefone de Rondônia (55 69 84640139).
E diz:

REDE RECORD INF>
PARABENS VOCE GANHOU
UM CITROEN C 4 PALLAS +
5 MIL REAIS. SUPER
LEILAO 2010. INF>LIGUE
GRATIS DO SEU TEL FIXO/
0 31 85 9644 9563
.SENHA. (6886).


O telefone para o qual ele sugere que eu ligue é de Fortaleza ou de alguma outra cidade do Ceará.
É o que dá preso não ter o que fazer.