Este domingo, 12 de
Abril de 2.015, é dia de manifestações contra o governo na terra
em que nasci.
Como não posso ir às
ruas em São Paulo pois vivo do outro lado do Atlântico e do outro
lado do Equador, fico mesmo em Bragança, Portugal, neste dia que
começou ensolarado como convém a um dia primaveril e já agora
ameaça algum aguaceiro.
Também não faz
sentido manifestar-me pelas ruas bragançanas. Pouca gente me veria,
ninguém me entenderia. A não ser, talvez, os brasucas ocupados em
servir um excelente rodízio de carne no Sabor Brasil à rua Amália
Rodrigues.
Valho-me da
tranquilidade deste vértice nordeste do retângulo Portugal para
alinhavar ideias.
Já disse há algum
tempo que a política brasileira tende a polarizar-se entre PT (e
suas franjas) e os setores evangélicos. Ambos têm algo em comum: o
desprezo pela sociedade em que vivem com a consequente falta de
importância dada a valores morais que afetam a vida social; a
justificativa de meios pelos fins.
A divergência entre
eles situa-se na esfera dos costumes e dos valores morais
individuais: questões como o aborto, a homossexualidade etc etc.
Não sei se Dilma será
apeada do poder antes de 2.018. O que parece evidente é que ela
será, no mínimo, relegada pelos fatos à condição de “rainha da
Inglaterra”, no que isso tem de pejorativo.
Antigamente, no Brasil,
um candidato deixado de lado por seu próprio partido ao longo do
processo eleitoral era dito “cristianizado” (corram ao Google).
Daqui por diante, dever-se-á chamar de “dilmizado” o presidente
relegado ao esquecimento durante o mandato.
Conheci de perto o
governo Sarney (1.985/1.989). Não foi à toa que José Sarney
atravessou vários períodos diferentes da política brasileira
sempre “por cima”. O típico político-rolha. Não afunda. Ele
sabe dividir. E com isso multiplica sempre seu poder.
No Brasil é assim. Na
religião, todos os caminhos levam a Deus. Na política, também,
todos os rios correm para o mar. Sincretismo religioso. Sincretismo
político. No Brasil é assim.
FHC e Lula, por
exemplo, entenderam isso.
Collor e Dilma não.
Por hoje chega. Vou
passear o cão.
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