sexta-feira, 13 de abril de 2012

Bandido sim! Bicha jamais!


O cangaceiro Lampião, figura famosa na história brasileira da primeira metade do século passado, que aprontou poucas e boas pelo interior do Brasil, é apresentado como homossexual na obra Lampião o Mata Sete, de Pedro de Morais.



O juiz de Direito Aldo de Albuquerque Mello, da 7ª vara Cível de Aracaju/SE, proibiu que o livro fosse lançado. A obra sustenta a história de que o conhecido "rei do cangaço", Virgulino Ferreira da Silva, em razão de sua incapacidade de erecção, resultado do esfacelamento do saco escrotal por uma bala, mantinha um triângulo amoroso com Maria Bonita e o cangaceiro Luís Pedro.

A mim, o que surpreende - mas nem tanto - é dar-se importância ao ser ou não ser paneleiro/boiola do bandido. A opção sexual do cangaceiro não deve ter modificado em nada o sofrimento de suas vítimas.

Lá pelo final da década de 50, o jornal A Tribuna, de Santos, publicou uma série de relatos de um cangaceiro sobrevivente. Eu lia aqueles textos com a avidez compreensível em um garoto em início de adolescência. Uma das historietas de que nunca me esqueci:
Em várias fazendas, o bando de Lampião, depois de matar, de roubar o que podia, de estuprar as mulheres etc etc, deixava apenas o chefe da família em uma sala, nu, com a bolsa escrotal pregada em uma mesa por dois pregos cuidadosamente pregados para só atingirem as peles. A seu lado deixavam uma faca afiada. E partiam.