domingo, 3 de outubro de 2010

Meu (pen)último voto no Brasil


Acabo de votar. No mesmo Colégio Costa Manso no qual voto há quase 30 anos.
Talvez esse seja meu último voto no Brasil. Basta que não haja segundo turno.
Como voto em São Paulo, as pesquisas indicam vitória folgada do candidato tucano, já no primeiro turno. Restam as eleições presidenciais, nas quais há a ameaça (para alguns) ou esperança (para outros) de segundo turno.
Anulei o voto de ponta a ponta.
Não me resta nenhum interesse pela política brasileira. Apenas me sobrou uma certa curiosidade a respeito de até onde poderá descer a prática política no Brasil.
O fato de muitos candidatos serem incrivelmente desqualificados não quer dizer nada. A questão gritante é que vários deles serão eleitos. E, alguns, arrastarão vários desconhecidos e/ou pouco votados para a Câmara Federal e para as Assembleias estaduais.
Mas o eleitor, em sua grande maioria, não tem a menor condição de entender o sistema de voto proporcional.
E nossos maravilhosos ministros do Supremo Tribunal Federal transformaram o Título de Eleitor no único documento oficial que não permite que se vote.
E gostam de contar piadas sobre o que consideram ser a burrice dos portugueses.

Tenho pena dos que continuarão a viver nesta terra. Em particular, me preocupo por meus familiares que aqui permanecerão. Principalmente os mais jovens.

Mas pouco ou nada posso fazer para levá-los daqui.
Terão de viver sob as leis que o palhaço Tiririca aprovará.
Terão de viver sob uma justiça em que se negocia até o impedimento de voto de ministro do Supremo.
Terão de viver sob as ordens de um Executivo comprometido até a medula com o crime.

Quanto a mim, encerrei minha longa e inútil carreira de eleitor, nestepaiz.

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