quarta-feira, 24 de junho de 2009

Sistema de vendas inovador


Claro que para alguém que ainda mora em São Paulo (eu), a notícia lida no Mensageiro de Bragança a respeito de apreensão de drogas soa como brincadeira de criança.
Basta reparar na quantidade de drogas apreendidas: 124 doses de heroína, 16 de cocaína e 353 de haxixe.
Agora: o que mais me chamou a atenção foi que, no meio das demais apreensões (algum dinheiro vivo, carros, telemóveis, umas duas ou três armas mixurucas etc) figurava uma matraca.
Fui até consultar um dicionário de Portugal pra ver se matraca tem, lá, o mesmo significado que no Brasil. Tem.

Será que era pra anunciar os produtos?

domingo, 14 de junho de 2009

Ideias do Meu Bazar

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A Folha de S.Paulo, hoje, destaca em primeira página:

Mais de 90% dos analfabetos não vão a aulas


E explica: "Mais de 90% dos analfabetos absolutos do país não freqüentam classes de alfabetização".

Penso que a notícia relevante seria:

Mais de 90% dos estudantes, no Brasil, são analfabetos.


E nem adianta explicar.

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Pouca gente dos tempos da militância de esquerda nos anos 60 e 70 gosta de reconhecer: o movimento estudantil (M.E.) era profundamente desprezado por nós, os da chamada Esquerda Revolucionária (maneira disfarçada de excluir o Partidão). Eu mesmo, quando fui escalado pelo POC para presidir o centrinho da Filosofia da USP, encarei a tarefa quase como castigo.
A utilidade que se enxergava no M.E. era a de fornecedor de quadros para a militância. Para falar em uspianês, o M.E., enquanto movimento de massas, era até ridicularizado, dentro das organizações (ALN, VAR, POC et caterva).
A atual greve na USP só confirma que o M.E. soube utilizar bem o clima democrático das últimas décadas: melhorou pra pior.

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quarta-feira, 3 de junho de 2009

Dúvidas em torno da tragédia


A queda do avião da Air France me deixou bastante perturbado. Afinal, percorro mais ou menos essa rota com certa regularidade.
Contudo, minha perplexidade não impede que eu pense. E há certos aspectos periféricos nessa tragédia que minha compreensão não alcança.

1. A Air France reservou mais de uma centena de quartos em hotel no Rio de Janeiro para hospedar as famílias das vítimas. Beleza. Gesto louvável.
Mas já me parece um pouco estranho, o fato. Afinal, penso que a grande maioria das famílias das vítimas era do próprio Rio de Janeiro. Eu, caso estivesse na situação de parente de alguma vítima, preferiria aguardar as notícias em minha casa, lugar - por definição - onde me sinto mais... em casa, aconchegado.
Além disso, sempre que um repórter, de rádio ou de TV, se refere ao pessoal hospedado no tal hotel, informa que estão lá "parentes e amigos" das vítimas. A partir daí, decididamente não entendo mais nada. Amigos também se mudam para o hotel para aguardar notícias?!

2. Amanhã deve ser divulgada a lista dos passageiros do fatídico vôo. Pelo que ouço, sempre em rádio ou TV, algumas famílias pediram que não sejam divulgados os nomes de seus parentes vitimados pela tragédia. Por que?!
Entendo que seja deprimente e injusto, para uma família, ver um parente algemado e metido em camburão diante das câmeras de TV, quando das já famosas operações da Polícia Federal. Afinal, até que se prove a culpa deles, são inocentes.
Mas não querer que se divulgue o nome de um parente que morreu em acidente aéreo me parece pra lá de excesso de zelo.

De qualquer forma, o fato de eu ter tais dúvidas não quer dizer muita coisa. Afinal, o que mais tenho são dúvidas.
E se alguém souber esclarecer algum desses pontos acima, fico agradecido.

De resto, são questões sem importância, que servem - quando muito - para distrair-me do espanto diante do horror do evento.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

AF447


Junto com a vida de 228 pessoas, lá se vai uma de minhas últimas crenças: a de que o perigo nas viagens aéreas está sempre na decolagem ou na aterrizagem.
O avião da Air France já estava em altitude e velocidade de cruzeiro. As primeiras avaliações apontam para, talvez, um raio em meio a turbulência, sobre o Atlântico.

Começa muito mal, a semana.