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A Folha de S.Paulo, hoje, destaca em primeira página:
Mais de 90% dos analfabetos não vão a aulas
E explica: "Mais de 90% dos analfabetos absolutos do país não freqüentam classes de alfabetização".
Penso que a notícia relevante seria:
Mais de 90% dos estudantes, no Brasil, são analfabetos.
E nem adianta explicar.
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Pouca gente dos tempos da militância de esquerda nos anos 60 e 70 gosta de reconhecer: o movimento estudantil (M.E.) era profundamente desprezado por nós, os da chamada Esquerda Revolucionária (maneira disfarçada de excluir o Partidão). Eu mesmo, quando fui escalado pelo POC para presidir o centrinho da Filosofia da USP, encarei a tarefa quase como castigo.
A utilidade que se enxergava no M.E. era a de fornecedor de quadros para a militância. Para falar em uspianês, o M.E., enquanto movimento de massas, era até ridicularizado, dentro das organizações (ALN, VAR, POC et caterva).
A atual greve na USP só confirma que o M.E. soube utilizar bem o clima democrático das últimas décadas: melhorou pra pior.
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