quarta-feira, 3 de junho de 2009

Dúvidas em torno da tragédia


A queda do avião da Air France me deixou bastante perturbado. Afinal, percorro mais ou menos essa rota com certa regularidade.
Contudo, minha perplexidade não impede que eu pense. E há certos aspectos periféricos nessa tragédia que minha compreensão não alcança.

1. A Air France reservou mais de uma centena de quartos em hotel no Rio de Janeiro para hospedar as famílias das vítimas. Beleza. Gesto louvável.
Mas já me parece um pouco estranho, o fato. Afinal, penso que a grande maioria das famílias das vítimas era do próprio Rio de Janeiro. Eu, caso estivesse na situação de parente de alguma vítima, preferiria aguardar as notícias em minha casa, lugar - por definição - onde me sinto mais... em casa, aconchegado.
Além disso, sempre que um repórter, de rádio ou de TV, se refere ao pessoal hospedado no tal hotel, informa que estão lá "parentes e amigos" das vítimas. A partir daí, decididamente não entendo mais nada. Amigos também se mudam para o hotel para aguardar notícias?!

2. Amanhã deve ser divulgada a lista dos passageiros do fatídico vôo. Pelo que ouço, sempre em rádio ou TV, algumas famílias pediram que não sejam divulgados os nomes de seus parentes vitimados pela tragédia. Por que?!
Entendo que seja deprimente e injusto, para uma família, ver um parente algemado e metido em camburão diante das câmeras de TV, quando das já famosas operações da Polícia Federal. Afinal, até que se prove a culpa deles, são inocentes.
Mas não querer que se divulgue o nome de um parente que morreu em acidente aéreo me parece pra lá de excesso de zelo.

De qualquer forma, o fato de eu ter tais dúvidas não quer dizer muita coisa. Afinal, o que mais tenho são dúvidas.
E se alguém souber esclarecer algum desses pontos acima, fico agradecido.

De resto, são questões sem importância, que servem - quando muito - para distrair-me do espanto diante do horror do evento.

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