sábado, 2 de maio de 2009

Mais uma despedida de Bragança


O mês de maio começou com muito sol, em Bragança. Como era dia de viagem, tratámos de acordar cedo (nem tanto: 8 horas). Foi abrir a janela e vislumbrar o balão a sobrevoar o IP4 lentamente:




Últimos preparativos, desligar o aquecimento, desligar a água e lá vamos nós, num Fiat alugado, até o Porto. Ou melhor, até o aeroporto do Porto, que como aprendi recentemente fica na Maia.

Desta vez, ao contrário da viagem de ida, tudo se encaixou perfeitamente: chegámos ao aeroporto com tempo de folga. Foi devolver o carro, fazer o check in para o vôo até Madrid, almoçar no próprio aeroporto (comida horrorosa, em um tal de La Pausa). Depois entrar no avião (que não era um Embraer, mas também separava a classe econômica da executiva por meio de uma pequena cortina no corredor), sair com quase nenhum atraso, chegar a Barajas, e... bem, Barajas parece ter sido construído para que se brinque de esconde-esconde.
Para quem, como foi nosso caso, desce em um dos terminais 1, 2 ou 3, e precisa embarcar no terminal 4 (vôos internacionais), brinca-se assim: pega-se o autobus para o terminal 4. O dito cujo percorre trechos de auto-estradas e, depois de uns cinco minutos chega ao terminal 4.
Faz-se o check in, passa-se pelo controle de bagagem e verifica-se, no cartão de embarque, se seu portão de embarque é o M, o R, o S, o U ou um monte de outras letras. O nosso era RSU. É, não pense que você fica sabendo logo qual das letras é a sua. Isso vai aparecer nos painéis de informação mais tarde, quando estiver na hora do embarque.
Seja lá qual seja sua letra, há que embarcar em um trem. Isso: um trem. O citado veículo roda durante alguns minutos e pára em uma estação, tipo metrô.
Não se esqueça de descer. Aliás, eles insistem - por um alto-falante estridente, em espanhol e em inglês, que se faça isso.
Esqueci de mencionar que para embarcar no malfadado trem desce-se uma infinidade de escadas rolantes. Depois, quando se desembarca, sobe-se tudo de novo.
Bem. Ao chegar à região dos portões de embarque, percebe-se que U (nosso caso) subdivide-se em váááários Us. A coisa vai de U31 (algo assim. Começar do 1 é que não começa. Seria muito óbvio) até - digamos - U64. Isso, decerto, repete-se para todas as demais letras.
Depois de algum tempo de espera, começa a aparecer nos muitos vídeos espalhados pela imensidão dessa casa maluca que é Barajas a letra que será a de seu vôo. No nosso caso, o RSU que constava do cartão de embarque definiu-se como U.
Quase no momento do embarque vem a informação conclusiva: U 59.
É verdade que você apanha um bocado para encontrar o tal U 59. Por qualquer razão que minha mente não atinge, todas as placas indicativas apontam para portões de U 31 a U 51. Perguntados sobre onde ficará o abençoado U 59, os funcionários respondem candidamente que é só ir em frente, contra todas as indicações de que aquele corredor de comprimento aparentemente infinito leva apenas até o U 51.
Concluo que a aritmética espanhola deve ter lá suas peculiaridades.
Mas confie! Você chegará ao U 59.
Uma vez embarcados, voámos praticamente no horário.
São Paulo nos aguardava com temperatura amena (19 °C), às 6 da manhã.

P.S.: Só pra vocês não pensarem que eu exagero ao falar do labirinto que é Barajas, vejam só:
Quando estávamos já dentro do avião, o comandante informou que íamos demorar um pouquinho mais para decolar porque era preciso retirar do compartimento de bagagem as malas de pessoas que tinham feito check in, embarcado, portanto, suas bagagens, mas não haviam aparecido para o embarque.
Não tenho dúvidas: ficaram perdidas dentro do Barajas.

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