sábado, 24 de janeiro de 2009
Sobre a OSESP
Não sou nenhum insider em relação à OSESP (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo). Apenas assisto aos concertos semanais desde 1900 e qualquer coisa. Nos primeiros anos, ia toda semana (ou seja, assinava as quatro séries). A partir de 2.001, com a chegada dos netos e os conseqüentes apelos dos pais para que tomasse conta deles, passei a assinar uma única série (ou seja, freqüentar a Sala São Paulo apenas uma vez por mês).
Tenho grandes amigos que adoram a orquestra e simplesmente odeiam o Neschling.
Parece que a maioria dos freqüentadores dos concertos semanais está feliz com a saída do cidadão. Eu, apesar de não ter nenhuma simpatia especial por ele (nem o contrário) e desconfiar que ele deve ser mesmo insuportável pessoalmente, me pergunto como ficará a OSESP no pós-Neschling.
O fato é que as orquestras, no Brasil, sempre foram bem brasileiras, ou seja: músicos sofríveis, recebendo salários miseráveis, fingindo que se dedicam, fazendo um monte de bicos pra sobreviver etc etc. Resultado: muitas obras não podiam ser executadas pois sua complexidade ficava acima da competência dos integrantes da orquestra.
Será que a OSESP voltará a esse nível?
Será que meus amigos que tanto malham o Neschling gostarão do que vão ouvir daqui em diante?
É esperar pra ver.
Apenas me assusta o fato de o Neschling ter sido demitido pelo... Fernando Henrique Cardoso. Aquele.
Durante oito anos ele azucrinou o país como presidente.
Não confiaria nesse camarada para síndico do prédio em que moro.
Será que ele saberá conduzir o processo de escolha do substituto do Neschling?
Por fim: parece que o grande pecado do Neschling é a soberba. Ora, o Vilem Flusser, há muitos anos, já mostrou que – entre os sete pecados capitais – a Arte é a Soberba.
Irão escolher um maestro humilde, bonzinho, que deixe os músicos à vontade etc e tal?
Hmmm. Veremos, veremos. Mas que sinto cheiro de queimado, isso é verdade.
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