segunda-feira, 12 de maio de 2008
A incrível Lei Rouanet
Já comentei, há algum tempo, a utilização da tal Lei Rouanet por parte de artistas consagrados.
Não sei se todo mundo sabe: a Lei Rouanet, trocada em miúdos, permite que você apresente a uma empresa um projeto cultural qualquer para que a dita empresa arque com os custos. O pequeno detalhe, nessa história, é que a empresa paga o empreendimento com grana do imposto que ela deveria recolher ao erário.
Resumo: o distinto público, o contribuinte, paga a brincadeira.
Que artistas desconhecidos se valham da tal lei, ainda é discutível. Eu, por exemplo, sou contra. Mas admito que haja argumentos para defender esse subsídio.
Agora: o fim da picada é ver artistas famosos, já podres de ricos, usando a Lei Rouanet para encher mais seus cofres.
Falando português claro: é uma pouca vergonha.
Todo esse meu azedume vem de ter lido, hoje de manhã, na Folha de S.Paulo, matéria sobre o lançamento do songbook do cantor Djavan. São três volumes com as partituras de todas as músicas do cantor/compositor. Assinante Folha ou UOL lê aqui.
Muito bacana, muito interessante. Só que esse trabalho foi bancado pela Lei Rouanet. E tem mais: não satisfeita por mamar nas tetas do contribuinte, a turma que preparou o songbook ainda tascou-lhe um precinho camarada: cada um dos três volumes custa R$ 130,00.
E o compositor ainda teve a cara de pau de declarar:
"Nem sabia que custava isso. Pedi para que fizessem o preço mais acessível possível."
Como diria a Hebe Camargo: Não é uma Gracinha?!
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