domingo, 12 de agosto de 2007

Salamanca e espirros


A viagem de Guarulhos a Madrid foi excelente. O avião saiu no horário (o que, no Brasil, hoje em dia, já é um milagre). Quase nenhuma turbulência. A Baixinha dormiu cinco horas seguidas, como pedra. Eu, dei minhas cochiladas.
De manhã cedo (em Madrid, 7 da manhã; no nosso organismo, 2 da madrugada), pegamos o carro alugado e rumamos para Salamanca. Era pra ser um Peugeot 307, mas nos deram um Toyota com cara de Rolls Royce. Coisas de japonês. Aliás, coisa de asiáticos. Eles vêem um carro que acham bonito, vão e fazem melhor e com o mesmo jeitão. Pra dar uma idéia, o Toyota já rodou de Madrid a Salamanca, daí para Bragança e não usou nem meio tanque (diesel). Deve usar ar de vez em quando, pra economizar combustível.
Mas vamos devagar com o andor. Vamos falar de Salamanca. Já na saída do aeroporto a Baixinha começou a espirrar. A crise de espirros só fez aumentar ao longo do caminho. Paramos algumas vezes em lugarejos à beira da estrada para comprar mais lenços de papel e qualquer remédio que servisse pra diminuir a malfadada crise. Aprendi, com isso, que dono de farmácia, na Espanha, é como dono de farmácia no Brasil. Receita com a maior tranqüilidade, sempre garantindo sucesso absoluto.
Já em Salamanca, fomos almoçar antes que todos os restaurantes fechassem. Não fomos felizes. Serviram-nos um Cogote de Merluza na grelha. Veio um tanto cru. Se o peixe soubesse falar, teria falado.
Como a crise de espirros da Baixinha continuava tão intensa quanto a crise do Renan no Senado, fomos para o Hotel dormir um pouco. Antes, passamos na Plaza Mayor (praça que parece que toda cidade espanhola tem).
Estava quase vazia, como você pode constatar pelas poucas fotos que consegui tirar durante o dia:

Lá ao fundo, entrada da Plaza Mayor
Plaza Mayor durante o dia
Foto tirada da rua Azafranal, onde fica o hotel que nos hospedou
Parcialmente refeitos do fuso horário e – principalmente – dos espirros da Baixinha, fomos jantar no El Zaguán. Desta vez a sorte ficou do nosso lado. Refeição impecável.

Cozinha e serviço impecáveis
Íamos voltar pro hotel quando percebemos que pequenas multidões nem pensavam em dormir. Partimos, então para a Plaza Mayor.
Fantástico.
Pessoas, muitas pessoas, sentadas no chão, nos bancos, conversando, tomando sorvete, curtindo o verão.

Lindíssima, a praça
Gente sentada no chão.
E gente...
...muita gente
Mais gente
Até que horas?
No verão, tanto em Espanha quanto em Portugal, pouco se dorme.
E é impossível não dizer: há uns quarenta anos atrás, pouco mais, pouco menos, a Espanha era uma droga. Brincava-se que Portugal e Espanha eram os países mais avançados de África. De lá para cá, os espanhóis resolveram valorizar-se. Reinventaram o país. Hoje, a Espanha é maravilhosa. Os espanhóis têm um padrão de vida invejável.

Se o Brasil tomasse vergonha na cara e começasse a mudar, quem sabe daqui a uns quarenta anos não seria um lugar maravilhoso. Quem sabe.

Amanhã, vamos falar sobre Bragança. Se as festas de Passos deixarem.

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