terça-feira, 31 de julho de 2007

Notas de 30 reais
(ou, Notas reais de 30)


1. Muita gente reclama que os políticos, no Brasil, estão fazendo política pra eles mesmos. É verdade. Mas, agora, parece que os jornalistas também resolveram fazer jornal só pra eles.
Domingo passado, final do Pan Rio 2007, a Folha publicou – na primeira página do caderno do Pan – essa informação aí da figura abaixo:


Hoje, terça, em sua melhor seção – Erramos – a Folha faz a correção:

PAN RIO 2007 (29.JUL, PÁG D1) O Brasil ganhou no sábado, dia 28 de julho, 11 medalhas de ouro, e não dez, como descreve linha-fina em parte dos exemplares.

I beg your pardon: LINHA-FINA?!? Que diabo é isso?

Será que não seria melhor falar a linguagem do leitor?

Isso pra nada dizer sobre o sonho de superar Cuba.
Uma miserável ilhota, com pouco mais de 11 milhões de habitantes, que deixou o Brasil continental, com seus quase 200 milhões de habitantes, pra trás, no tal Pan.

2. Em um país no qual 99% dos motoristas de automóveis jamais passaram os olhos pelo Código Nacional de Trânsito, o tri-campeão de Fórmula 1, Nelson Piquet, é obrigado a assistir a aulas de trânsito, em Brasília.
País das maravilhas.

3. O candidato Geraldo Alckmin, candidato a tudo quanto é cargo eletivo (presidente, prefeito, governador etc), até onde sei não nasceu em família abastada. Já lá pelos 18 aninhos tornou-se político profissional. Durante toda a vida foi apenas isso: político profissional.
Dia desses, casou a filha com pompa digna de sultão.

Quase ninguém pergunta de onde vem a dinheirama.
Aliás, perguntar pra quê. Todo mundo sabe.

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