terça-feira, 10 de julho de 2007
Lua-de-mel e aconchego
Dia desses a Margarida, a Saltapocinhas do blog Fábulas, mandou-me um e-mail com uma lista enorme de músicas brasileiras. É só clicar no nome da música e pronto: abre-se uma página da Internet e a música começa a ser tocada em sua versão mais famosa.
Aliás, os e-mails da Saltapocinhas são – sempre – excelentes. Aliás, ela é fantástica. Sou fã incondicional dessa professora de Aveiro. O pior é que estou a dever dois desafios que ela me mandou e eu deixei de responder. Paciência. Não será esse meu maior pecado.
Tudo isso pra contar uma história. Se você estiver lendo este post em computador sem som (ou se o momento não é apropriado para ligá-lo), paciência. Mas, se for possível, ligue o som e leia a história que vou contar com a página desta música em segundo plano. Quando a música termina, automaticamente ela começa de novo. Isso tem tudo a ver com a história.
Ajeitou tudo? Então vamos lá:
No início de meu namoro com a Baixinha, em 1.998 (quer dizer, do segundo namoro. O primeiro aconteceu 30 anos antes), ela morava em Niterói. Eu, São Paulo.
De vez em quando eu ia ao Rio. Outras tantas vezes ela vinha a São Paulo.
Até que resolvemos aproveitar um final de semana prolongado pra viajarmos juntos.
A Baixinha escolheu um lugar com todas as características de romantismo. Petrópolis, serra, pousada em lugar retirado, na Posse.
Lá fomos nós. Chegamos à Pousada do Aconchego em um final de tarde. Trata-se de uma casa de fazenda, muito simpática. Os caseiros nos receberam com muita hospitalidade. Disseram que a proprietária, a Regina, chegaria em breve.
Logo percebemos que éramos os únicos hóspedes.
Regininha chegou em seguida. Mulher madura, sua decadência física não impedia que se percebesse ter sido jovem bastante bonita.
Depois dos primeiros contatos, perguntou-nos a que horas gostaríamos que servissem o jantar. Concordamos em jantar lá pelas nove. Fomos para nosso quarto e Regininha começou a entornar um uísque ao som de Elba Ramalho e seu De Volta pro meu Aconchego.
Do quarto, notamos que ao final da música, Regininha não deixava que Elba partisse pra outra música. Levantava, ia até o cd player e retornava à faixa 1. E dá-lhe uísque.
Na hora do jantar, aconteceu o que temíamos. Fomos servidos em mesa única: a Baixinha, eu e – last but not least – Regininha. Ao fundo, Elba Ramalho, interpretando – talvez pela milésima vez – De Volta pro meu Aconchego.
Já totalmente de porre, Regininha usou o tempo integral do jantar para ilustrar, de inúmeras formas e maneiras, sua tese:
Homem nenhum presta.
Lua-de-mel melhor, impossível.
(pode desligar a Elba, agora)
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