terça-feira, 15 de novembro de 2005
Pílulas Paloccianas
No momento em que o ministro da Fazenda está pela bola sete, cabe fazer duas observações:
1. Nunca entendi esse negócio de auto-crítica. Eu, por exemplo, quando me dei conta de que tinha feito tudo errado em política, simplesmente enfiei a viola no saco e fui cuidar da minha vida. Já os Genoínos et caterva não. Eles fazem as besteiras, aí fazem auto-crítica e continuam a fazer besteiras.
Agora, Paloccinho meu querido, ter sido da Libelu não dá direito a auto-crítica. É ridículo demais. Parodiando Nicolau, ninguém foi da Libelu impunemente.
2. Palocci me lembra um outro político do meu tempo de infância: o ex-goleiro do Santos F.C., Athiê Jorge Cury. Athiê foi goleiro do time do Santos campeão paulista de 1.935. O futebol era ainda amador. Então, quando os jogadores encerravam a carreira, arrumavam pra eles uns empregos excelentes, tipo conferente das Docas (naquele tempo era bom).
Athiê enveredou pela política e se deu bem. Durante muitas eleições foi o deputado federal mais votado no estado de São Paulo. Foi prefeito de Santos.
Conta a lenda que sua mãe, já anciã, ao ver o filho tornar-se tão proeminente, teria afirmado:
- Se soubesse que o Athiê ia ser tão importante, eu o teria obrigado a aprender a ler e escrever.
Palocci: aqui entre nós, se você soubesse que ia tornar-se o Ministro por excelência do governo federal, herói dos mercados financeiros, não teria aprontado as lambanças que aprontou em Ribeirão, né não?
(o diabo é que – nesse caso – não teria chegado lá)
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