Quando eu era miúdo, lá pelos 9 anos de idade, costumava jogar botão comigo mesmo. Dispunha os dois times em "campo" (o piso do hall de entrada da casa de meus pais) e partia para a disputa.
Às vezes me empolgava com alguma jogada de um dos times. E, no decorrer dela, se algo de irregular acontecia, vinha-me o desejo de fingir que nada houvera.
Mas - por isso mesmo - algo de importante se perdia.
E, muito a contragosto, eu interrompia o jogo.
Perdia a alegria da jogada mas readquiria o prazer do jogo.
Parece que estamos a ver esvair-se a saudável excitação de uma disputa esportiva. Até no tênis.
(revista Visão nº1194 (Portugal) 21 a 27/01/2016, pag. 24)
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