sexta-feira, 8 de maio de 2015

Para conhecer o Brasil


Quando saí do Presídio Tiradentes, lá no distante ano de 1.973, me dei conta do absurdo: eu conhecia mais a história da União Soviética do que a do Brasil. Sabia mais sobre Lênin e Trotsky do que sobre José Bonifácio e Cipriano Barata.
Resolvi mudar isso. E comecei pela leitura de “O que se deve ler para conhecer o Brasil” de Nelson Werneck Sodré. Apesar de milico e marxista, Sodré foi um grande historiador.
Ainda tenho, entre as folhas de minha 4ª edição, de 1.973, o resumo de seis páginas datilografadas que fiz a partir da leitura do livro. Mas, como Sodré mesmo afirma, o essencial se resume a três obras: Casa Grande & Senzala, de Gilberto Freyre, Formação do Brasil Contemporâneo, de Caio Prado Jr. e Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda.
Quem não leu ao menos essas três nada sabe sobre Brasil.
Aliás, a coisa mais comum é lerem-se comentários sobre o brasileiro como “homem cordial” que deixam a nu o facto de que os respectivos comentaristas jamais passaram perto de Raízes do Brasil (obra que em algumas bibliotecas brasileiras é catalogada entre os livros de botânica).




Oh! tempos, oh! Costumes. Tudo isso é passado.
Para conhecer o Brasil, agora, faça o seguinte:
Vá ao You Tube, assista ao vídeo em que Rafinha Bastos entrevista Whindersson Nunes. São só oito minutos. Não sabe quem é Rafinha? Isso não faz diferença. O importante é conhecer Whindersson.
Depois que você já souber o básico sobre ele, faça uma pesquisa com o nome dele no próprio You Tube e assista a algum de seus vídeos.

Pronto. Você acaba de conhecer o Brasil.

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