Dia desses assisti a esse vídeo. Fiquei triste.
Gostava imenso dessa música. Ao ouvir Gil, um de seus compositores, a falar a respeito do processo criativo dela, me dei conta de que tais coisas prosperam graças ao nosso mau gosto. Eu incluidíssimo.
Não vou ficar aqui a comentar "o monstro da lagoa", surgido do facto de a composição ter sido feita do alto de uma cobertura na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro. Nem falar da "bebida amarga" enquanto os compositores saboreavam um Fernet.
Nada posso dizer contra Chico e Gil. Eles se valeram de uma juventude ávida de liberdade e mergulhada em ditadura ferrenha. Ganharam muito dinheiro com isso.
Volto a lembrar-me de meu amigo Paulo Feofiloff. Levei-o - nos idos de 1973 - a minha casa e coloquei na "vitrola" o LP de Jorge Ben comemorativo de seus 10 anos de carreira. Ele ouviu calmamente até o fim. Depois me perguntou:
- Como você consegue gostar disso?!
Pois é. Graças a milhares como eu, esse pessoal encheu as burras.de grana.
Enquanto muitos morriam sob tortura, eles compunham musiquinhas no alto de suas coberturas milionárias e ganhavam muito dinheiro com isso. Estão todos ricos.
E eu fico triste. Por ser burro, por eles serem espertos, por tudo que rolou a partir daí.
O Brasil, agora, chegou lá.
Lama total.
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