Terminei de ler as Memórias desse
músico notável. São quase quinhentas páginas de uma leitura muito
agradável. Penso apenas que o livro deveria chamar-se Memórias
Musicais, pois é evidente a intenção de Cesar de falar quase tão
só de suas vivências ligadas à música.
O que se segue não substitui a leitura
do livro. Cesar Camargo Mariano escreve quase tão bem quanto toca.
Ao completar 13 anos, ganhou seu
primeiro piano. O pai instalou o dito cujo em casa de modo a que
fosse uma surpresa para o aniversariante.
Ao ver o piano e ser informado de que
era seu presente de aniversário, ele – que jamais encostara em
qualquer piano – sentou-se à frente do seu e começou a tocar. No
dizer dele:
“Eu estava tocando firme, com a
sonoridade e a definição bem perto das que eu tenho hoje em dia.
Não me lembro de que música era... talvez estivesse compondo... não
sei... só sei que eu não conseguia parar de tocar...”
Seu pai caiu ao chão, abatido por um
infarto que o manteria no hospital por 48 dias.
O pai dele, que era kardecista,
entendeu aquilo como sendo a demonstração de que Cesar era a
reencarnação de algum músico.
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