É famosa a definição de fé que consta em Hebreus 11:1:
Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem
Temos, então, uma definição bíblica de fé. Daquilo que é a Fé. Inclusivamente com muitos exemplos, no próprio capítulo 11 de Hebreus.
Muito bem. Meu interesse, neste post, é pensar um bocadinho sobre algumas coisas que a Fé não é.
Nos meus tempos de Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME-USP), meu orientador, o grande lógico Newton da Costa, costumava brincar - ele que se notabilizara mundo afora por sua tese sobre Lógicas Inconsistentes - a repetir que um de seus maiores desejos era o de provar que 2 + 2 = 5.
Mas atenção! O desejo dele era provar isso. E não, ter fé nisso. Além do mais, tratava-se de brincadeira.
Não é possível ter fé em que Lula não tenha sido presidente da República no Brasil ou que o inefável Cavaco não seja o presidente de Portugal. É apenas possível ter fé em que não voltem a ser o que já foram.
Não é possível ter fé em que a Terra seja plana. Outrora já foi possível ter fé nisso. Hoje não mais é.
Não é mais possível ter fé em que Moisés tenha escrito os livros do Pentateuco. Nem que as cartas atribuídas a Paulo sejam todas dele. Já está provado que nada disso é verdadeiro. O Catecismo diz o contrário? Pior para o Catecismo.
Enfim: não é possível ter fé em algo que já se sabe ser factualmente falso.
Maria pariu Jesus e continuou virgem. É possível ter fé nisso? É.
Há várias indicações de que isso não tenha sido facto. Mas não há prova disso. Então é possível ter fé nisso.
É possível ter fé na existência de seres extra-terrestres? Claro. Por mais mistificação que exista em torno desse tema, é possível que existam seres inteligentes fora de nosso planeta.
Quanto a mim, coloco alguma dúvida quanto à existência de vida inteligente cá na Terra...
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