quinta-feira, 22 de julho de 2010

De casamentos, educação e sangue de galinha


Hoje a Folha de S.Paulo traz várias matérias um tanto curiosas, como a que apresenta o resultado de pesquisa que demonstrou: a religião das pessoas (ou a ausência dela) não influencia a decisão pelo dissolução do casamento. Católicos, evangélicos, neo-pentecostais etc etc apresentam percentuais semelhantes de separações.
Isso no Brasil.
Aliás, ainda sobre o Brasil, há a estarrecedora constatação de que dos 135,8 milhões de eleitores, nada menos que 8 milhões são analfabetos e 19 milhões declararam saber ler e escrever mas nunca freqüentaram escolas. No total, 27 milhões.

Mas a matéria que mais atraiu minha atenção foi - de longe - a que noticia o fim do frango ao molho pardo nos restaurantes de São Paulo.

Tudo por que não se consegue facilmente o sangue de galinha para preparar o molho.

Bons tempos, aqueles em que minha mãe comprava a galinha na feira de terça, deixava a inocente solta no quintal até domingo. Aí, ao voltar da Escola Dominical para casa, para o almoço, minha cândida mamãezinha armava-se de uma faca afiada e de um prato fundo, ia pro quintal, segurava a vítima, esticava-lhe o pescoço um tanto, raspava as penas do dito cujo e - com ar banal - cortava o pescoço da protagonista do almoço, devagar.
Não fosse o sangue escapar do prato colocado logo ali embaixo.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Uma Eurocidade?


Na última vez em que estive em Bragança, assisti a um programa na TV Galícia a respeito das relações entre os povos fronteiriços nas regiões norte de Portugal e sul da Galícia. As inúmeras entrevistas apresentadas deixavam claro que o intercâmbio era saudável para ambos os lados da fronteira.
Vejo agora, no Diário de Trás-os-Montes, matéria a respeito do projeto de Eurocidade aproximando ainda mais Chaves de Verin.
Há algum tempo, estive em Chaves e visitei um quase parente que tem lá duas pastelarias. Ele me contou que os flavienses vão a Verin com muita freqüência e a propósito de um quase tudo.
Sobre Verin quase nada sei dizer. Lembro que nos idos de 2.000, quando fui à aldeia de Passos pela segunda vez, proveniente de Santiago de Compostela, ouvi de meu primo Alípio a pergunta:
- Viestes por Vrin?
Como não percebi que Vrin era o mesmo que Verin, respondi que não.
- Então por onde viestes?!
Sim. Havíamos chegado a Passos por Verin.
Pra quem não conhece a região, aí vão dois mapinhas:

Chaves e Verin situados na Península Ibérica
As duas cidades vistas mais de perto, e - claro - Passos e Bragança

Tomara a ideia frutifique.
Ao menos é o que desejo, eu, que vou morar a 15 km da Galícia.

sábado, 10 de julho de 2010

Ambiente do futebol brasileiro


Algumas pessoas ficaram chocadas ao saber que o goleiro Bruno conheceu Eliza Samudio em uma orgia. Mais: segundo ele, orgias são comuns no meio freqüentado por jogadores de futebol.

Ao dizer isso, Bruno apenas confirmou algo que muita gente sabe mas a imprensa prefere minimizar para não atrapalhar os negócios que o futebol proporciona.

Já lá em meados da década de 80, fui trabalhar no Banco Multiplic, na área de Sistemas. Um novo diretor de informática montara uma equipe nova e me contratou para fazer parte dela.

O pessoal dessa nova equipe incluía gente mineira, de Belzonte, alguns cariocas e muitos paulistas.

Como parte do processo de integração, resolvemos marcar uns jogos semanais de futebol society, logo após o expediente. Eu sempre fui um jogador medíocre mas dava conta do recado nessas peladas, desde os tempos de futebol de praia, em Santos.

Por isso mesmo, fiquei surpreso ao constatar a dificuldade de me sair bem no primeiro jogo com meus novos colegas de trabalho. Ao final da partida, como costuma acontecer nesses eventos, fomos todos tomar cerveja no bar do clube. Fiquei então sabendo que vários de meus colegas tinham passagem por grandes clubes de São Paulo e Rio de Janeiro. Todos na época do futebol juvenil. Um tinha jogado no São Paulo, dois outros no Flamengo. Isso explicava minha dificuldade durante o jogo. Estava diante de jogadores acima da média.

Todos contaram que tiveram propostas para profissionalização e - todos - não aceitaram e foram seguir suas vidas na área de informática.

Motivo alegado por todos: o ambiente no mundo do futebol é de banditismo puro.

Nesses mais de 25 anos, de lá para cá, claro que muita coisa mudou. Por exemplo, o surgimento, em grande número, dos Atletas de Cristo. Até onde sei, os jogadores evangélicos só se entregam a orgias espirituais.

Mas a baixaria continua a ser predominante.

O pior, a meu ver, é que esse ambiente podre fornece à juventude brasileira os seus ídolos.

Bola pra frente.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Melhor momento da Copa


Pra mim, o melhor momento dessa Copa foi protagonizado pelo técnico da Alemanha.
Sob a mira das câmeras, ele enfiou o dedo no nariz, cavucou bem, retirou um fragmento, enrolou-o com os dedos e... engoliu a bolinha resultante.
Como diria minha caçula:
- Eca!
Isso diz (quase) tudo sobre esse mundo do futebol.
O quase vai por conta do que ocorre cá no Brasil em torno do goleiro do Flamengo.
Até quando os heróis da humanidade serão esses seres que pensam com os pés?

sábado, 3 de julho de 2010

Ainda sobre a Copa


Minha relação com a propaganda foi sempre conflituosa. Ainda criança, lá pelos nove ou dez anos talvez, perguntei a minha mãe por que a mercearia da esquina (Mercearia Carioca, esquina de Oswaldo Cruz com Epitácio Pessoa, em Santos) só vendia manteiga de 1ª qualidade.
Naquele tempo (não sei se ainda é assim) todas as embalagens de manteiga vinham com essa inscrição: Manteiga de Primeira Qualidade. E eu, ainda engatinhando nos mistérios do marketing, achava que se tratava de uma classificação.

Depois de alguns aninhos, cheguei à óbvia conclusão: a propaganda é a arte de embelezar a mentira.



Durante esta Copa, as TVs e as rádios foram inundadas por mensagens dos patrocinadores do Brasil. Ou melhor, dos patrocinadores da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Sim, porque essa reunião de jogadores para disputar esse torneio chamado Copa do Mundo não é a seleção brasileira. É a seleção da CBF.
E a CBF é aquele bicho híbrido, que sempre ao ser questionado por malversação de recursos alega tratar-se de entidade de direito privado que não deve satisfações a ninguém. E, quando resolve disputar qualquer torneio, passa a ser a representante da pátria.
Mas voltemos à vaca fria.
Tivemos de engolir, durante quase um mês, exaltações ao espírito guerreiro do brasileiro que bebe Brahma ou Coca-Cola.
Nos comerciais dessas empresas, o Brasil era invencível, insuperável etc etc.

Pois bem. Mal terminou o jogo com a Holanda e surgiram comerciais, tanto da Brahma quanto da Coca-Cola, lamentando a derrota.

Estavam já gravados com antecedência.

Afinal, patriotismo é mercadoria a ser vendida aos trouxas.
Brahma e Coca-Cola - assim como todos os outros patrocinadores da CBF - querem mais é levar a turma no bico e faturar.

São todos manteiga de 1ª qualidade.

Atualização: Pouco depois de publicar este post, li no Kibe Loco que o caderno Copa, da Folha de S.Paulo, de 29/06/2010, dia seguinte ao da vitória do Brasil sobre o Chile, publicou - por engano - a versão-em-caso-de-derrota do anúncio do Extra, outro patrocinador da CBF.
Fui conferir. Foi isso mesmo. Olha aí:

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Curiosidade


Eu só queria saber o que foi que o tal de Dunga falou para os jogadores do Brasil durante o intervalo do jogo.

O que se viu foi o time brasileiro dominando o jogo no primeiro tempo, tendo quase decidido tudo já nesse início. E, depois, ao voltar para o segundo tempo, mostrar-se um time nervoso, histérico mesmo, e sucumbir diante da inteligência do adversário.

Só recomendo aos diretores de empresas que pensem duas ou três vezes antes de contratar o Dunga para palestras motivacionais com seus empregados.

Ao menos vamos mudar de assunto, tanto aqui no Brasil quanto em Portugal.

Até que enfim.