sábado, 30 de janeiro de 2010

Versos trasmontanos


Quando chegámos com a Doga na aldeia, meu primo Alípio me fez conhecer esses versos:

Cu de mulher
e focinho de cão
não conhecem v'rão.


Diga-se, para quem não sabe, que "cu", ao menos no norte de Portugal, denota o que no Brasil se chama "bunda", ou mais pudicamente "nádegas".
E "v'rão" é a estação do calor, ou seja, o verão. É assim que se pronuncia, da mesma forma que "peru" é "pru".

Ou seja, os versos afirmam que bunda de mulher e focinho de cão são sempre frios.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Doga se despede do Porto


Doga adorou Portugal. Principalmente Bragança.
Esbaldou-se na neve.
É verdade que ficou um tanto cansada tendo que caminhar ida e volta do hotel, no Porto, até o Consulado Brasileiro, atravessando algumas quadras da Av. da Boa Vista.
Mas, depois, descansou.

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Finda a viagem, chegou à casa paulistana sem muito entusiasmo, para minha surpresa.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Superstição inútil


No hotel em que ficámos, no Porto, não existe o 13° andar. Imediatamente acima do 12° fica o 14° andar. Aliás, isso é muito comum em hotéis.

Nos elevadores o 13 não aparece nem no painel com os botões dos diversos andares nem no luminoso que indica os andares pelos quais os elevadores passam.

Acontece que o limite de passageiros, nos elevadores, é justamente... 13.

E o 13 conseguiu seu lugarzinho no painel do elevador.

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Evolução


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30ª Feira do Fumeiro - Vinhais

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domingo, 24 de janeiro de 2010

De volta a Sampa


Na quinta, 21, chegámos ao Porto e fomos logo ao Consulado Brasileiro pra saber se seria viável conseguir a autenticação do Certificado Zoossanitário na sexta.
Disseram-nos que seria tranqüilo.
O que não foi - nunca é - tranqüilo foi sair de Bragança. Há a enorme preocupação de não estar a deixar nada de fundamental para trás: passaportes, chaves (chaves de Bragança, para o retorno futuro, chaves de São Paulo para entrar em casa etc etc), tudo desligado (água, aquecimento etc etc). Ufa!
Parece que nada foi esquecido. Tomara.
A viagem, pela TAP, foi boa. Pouca turbulência. A Doga resistiu bem. Já havíamos passado pelo Nada a Declarar da Receita Federal e o fatídico Certificado Zoossanitário continuava ignorado pelo mundo burocrático em Guarulhos.
Será que iríamos embora sem que ninguém o solicitasse?!
Finalmente, uma veterinária solícita apareceu e o exigiu. Fez nele várias anotações e o seqüestrou definitivamente.
Ainda bem. Que todo o esforço de quinta e sexta não tivesse sido em vão.
Já em casa, toca a religar tudo: telefones, Net, computador etc etc.
E a vida continua.
Amanhã, avisar a todos que cá estamos.
Segunda, de volta ao trabalho.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Restaurantes de Bragança


Pois é. Já há mais ou menos uma dúzia deles que conheço e que recomendo.
Vamos a eles. Não darei links porque basta consultar mestre Google e pronto.
Primeiro de todos: o requintado Solar Bragançano. Fica bem no centro, praça da Sé e serve pratos maravilhosos, acompanhados de música erudita e servidos pelo casal proprietário, de uma gentileza sem limites.
Depois dele, o O Silva e O Javali são os melhores. O Silva é um restaurante tipicamente português, cozinha impecável, serviço idem. Uma refeição lá, para um casal, com vinho excelente, coisa e tal, fica na casa dos 40 e poucos euros. O mesmo é possível dizer de O Javali, que fica na saída para Portelo. Acrescente-se que a carne de vitela é maravilhosa. E o preço é da mesma ordem de O Silva.
Já o Geadas é muito bom mas é mais pra turistas.
Há o Acácio e o A Gôndola, restaurantes simples mas de relação custo/benefício excelente.
A Taberna do Xastre, já em Rabal (mas muito próximo de Bragança, coisa de pouquíssimos minutos), se orgulha de sua carne grelhada apenas com sal.
Lá em Casa, Dragão D'Ouro e O Pote são três restaurantes bem aceitáveis, acolhedores e de comida muito boa. Refeição para um casal, vinho e tal, na casa dos 20 euros.
Caso à parte é o Abel, em Gimonde (pouquíssimos minutos de Bragança), onde o cardápio é só vitela ou carneiro, ambos divinos. Sempre lotado, o grande problema é o tempo de espera e o barulho infernal.
Há, por fim, a Pousada São Bartolomeu, minha primeira hospedagem em Bragança há onze anos, com seu restaurante requintado, de serviço impecável mas de pratos nem sempre maravilhosos. E de preços um tanto exagerados.

São algumas sugestões. Mas há muitas outras alternativas. Voltarei a elas oportunamente.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Não há bem que sempre dure
Nem mal que nunca se acabe


E as férias estão no final.
Só vamos embarcar para o Brasil no sábado, mas há a burocracia.
Dona Doga Pitucha, apesar de ter conquistado os corações das doutoras veterinárias de Bragança, dela - a burocracia - não escapou. O Certificado Zoosanitário emitido pela Direcção de Serviços Veterinários da Região Norte necessita de autenticação do Consulado Brasileiro no Porto. Isso, apesar do Decreto nº 6.946, de 21/08/2.009, assinado pelo Presidente Lula, aquele, "o cara". O decreto determina que não é mais necessária a autenticação no Consulado. Ninguém dá a mínima para o tal decreto. Como me informou por e-mail o Consulado do Brasil em Lisboa, "Para que o animal possa entrar no Brasil sem qualquer problema, e é assim que até hoje se tem praticado, necessita obter, junto do ..."., É. Tem de autenticar o Certificado, independentemente do que determine Sua Excelência, o Cara.
Para tanto, dado que eu já sei como funcionam esses consulados (número limitado de senhas por dia etc e tal), temos de ir ao Porto já na quinta, depois de amanhã, para saber a que horas devemos estar na porta do Consulado na sexta para ter uma chance de obter a tal autenticação.

Acaba por dar certo. Isso é verdade. Mas mais por sorte nossa que por competência da turma do Consulado.

Dizem que, se não levarmos o Certificado autenticado pelo Consulado, a Doga pode ter de ficar de quarentena em Guarulhos. O problema vai ser esse: ninguém vai querer devolver a Doga depois da quarentena.

Bragança fica à nossa espera.Ou melhor: nem liga pra nós. Nós é que ansiamos por ela.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Passagens de ano


Aqui em Bragança, Portugal, a passagem de 2.009 para 2.010 foi tranqüila.
Ficámos os dois, a Baixinha e eu – perdão, os três: havia a Doga – a beliscar frutas frescas ou secas e a bebericar. O silêncio era total. Lá fora, claro. Cá dentro, não parávamos de falar.

Nem sempre foi assim. Em dezembro de 2.003 estávamos na aldeia (Passos de Lomba) quando minha prima Dora chegou à casa da irmã Zelinda um tanto agitada:
Prenderam o sadame! Prenderam o sadame!
Eu, às voltas com chouriços e alheiras, pensei que Dora se referia a algum salame.
Não. Tratava-se de Saddam Hussein, que no Brasil tem o nome pronunciado Sadã.

Ano seguinte, mesmo mês de dezembro, foi o tsunami do Oceano Índico.

Enfim, quase todo final de ano acontece alguma desgraça de grandes proporções.

Desta vez a desgraça foi adiada pra janeiro. O Haiti quase desapareceu.

No fim do dia da grande tragédia de Port au Prince, passámos um bom tempo a ver e ouvir as notícias do desastre nos telejornais portugueses e espanhóis.

Quando fomos dormir, o vento que aqui costuma ser da ordem de 6 a 16 km/hora resolveu soprar em torno dos 90 km/hora. A noite – que é sempre absolutamente silenciosa, aqui – foi ruidosa pra ninguém botar defeito. Fiquei a madrugada toda, na cama, lembrando de minhas aulas de Resistência dos Materiais, nos idos de 1.964, e pedindo aos deuses que os calculistas do prédio tivessem sido conservadores nos cálculos da força dos ventos sobre a estrutura.

Ao contrário do que ocorreu em Port au Prince, o edifício – aqui – resistiu.

Não só o vento diminuiu seu ímpeto, nos últimos dias. O frio também. Agora, por exemplo, a temperatura lá fora é de 10º C. E já são quase oito da noite.

A última tragédia foi provocada não pela natureza mas pela Baixinha. Há pouco, deixou desabar uma lata de extrato de tomate no chão da cozinha. Lá fui eu, sem saber se limpava o chão ou acalmava a desesperada esposa.

Melhor assim. Desgraças localizadas e brandas. Que em 2.010, daqui pra frente, seja assim.

O Haiti já produziu desgraça suficiente para o ano inteiro.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Passeios noturnos


Já há alguns dias que por ter a chuva parado à noite saímos a caminhar com a Doga em horários noturnos.
Hoje, por exemplo, saímos às 11 da noite.
Caminhar pelas ruas em tais circunstâncias me remete aos anos 60, nos quais se podia andar pelas ruas do centro de São Paulo em qualquer horário, sem sustos.
Aliás, éramos meus companheiros de noitada e eu que muitas vezes perturbávamos a paz dos que corriam ao trabalho lá pelas 5 da manhã, quando saíamos de algum restaurante do Largo do Arouche, transbordantes de vinho.

Mas isso é passado. Já isto cá é presente. Presente dos deuses.

Sobe-se a Avenida das Forças Armadas:

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Chega-se ao parque da Braguinha:

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Há passeios de piso vermelhão que deslizam por entre os gramados:

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Há brinquedos para as crianças:

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E muito verde para todos:

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