segunda-feira, 14 de abril de 2008
O caso Isabella
Não queria tocar nesse assunto, aqui no blog.
Mas depois de assistir à entrevista dada a Roberto Cabrini pela tia e madrinha de Isabella, a irmã do pai da menina, não consigo deixar de fazer dois comentários:
1. É constrangedor constatar a confusão que se instaura nos órgãos policiais sempre que algum crime tem de ser esclarecido através de investigação. Até agora, por exemplo, não foi feita a reconstituição do crime.
Simples: o método adotado normalmente é o de descer o sarrafo em algum suspeito e prestar bastante atenção a tudo que ele diz em seguida.
Se, por qualquer motivo, não é possível utilizar-se desse – digamos – método preferencial, as coisas se complicam.
2. Se algum filho meu me ligar dizendo que meu neto foi atirado da janela e morreu, minha atitude, depois dos primeiros momentos de desespero, vai ser a de sair tentando descobrir quem fez isso. Simples: sei que nenhum de meus filhos faria isso. Nem nenhum dos companheiros de meus filhos. Então, vamos atrás de quem fez.
No caso em questão: ou alguém foi até lá com a intenção de matar a menina ou alguém foi furtar e a menina atrapalhou seus planos e teve de ser morta. Em qualquer das hipóteses trata-se de alguém que portava a chave de entrada do apartamento. Mãos à obra: o universo das pessoas que têm a chave do apartamento e que teriam algum motivo para matar a menina ou para tentar um furto no local não é tão vasto assim. Um ciumento namorado da mãe? Algum tresloucado parente de algum desafeto da menina, colega de escola dela? Alguém que trabalhou recentemente no interior do prédio e que teve acesso às chaves dos apartamentos?
Não. Na entrevista a Roberto Cabrini, a tia da menina, quando perguntada se já havia questionado o irmão sobre quem poderia ser o assassino, respondeu que não haviam tocado no assunto. (Clique aqui, pesquise Nardoni e clique em Entrevista com a irmã de Alexandre Nardoni)
Ouvi também trechos de entrevista com o avô da menina: apenas uma rápida referência à questão.
Ou seja: tudo indica que ninguém, na família, está preocupado em descobrir o verdadeiro assassino. Estão todos ocupados em afirmar que não foi o pai, não foi a madrasta.
Mas, então, quem foi?!? Parece que esse problema não é importante.
Pra mim, o caso está resolvido. Uma criança foi brutalmente assassinada por ninguém.
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