segunda-feira, 12 de junho de 2006

Que sorte o Brasil tem


O Brasil é um país de sorte. E não só no futebol. Na política também.
Veja se não tenho razão.
Em 1.984, reuniu-se um Colégio Eleitoral para escolher entre Tancredo Neves (oposição) e Paulo Maluf (situação).
Todos sabem que Tancredo foi o escolhido.
Agora: imaginem só o que teria acontecido se Maluf tivesse sido eleito.
Logo depois de um desastroso governo, em que lançaria planos econômicos estapafúrdios (Plano Furado, Plano Furado II etc), conseguiria eleger um sucessor aventureiro (assim como o fez na Prefeitura de São Paulo, quando conseguiu emplacar o Pitta como sucessor).
Esse sucessor, provavelmente, quereria para si todo o butim. Seria, então, impedido pelo Congresso, já que todos são filhos de deus e precisam também de algum.
Assumiria em seu lugar algum obscuro vice. Mineiro, de preferência.
Cansados de tanta inépcia, os brasileiros entregariam então o poder a algum intelectual eminente. O dito cujo, do alto de sua sapiência, promoveria privatizações que ficariam conhecidas como privataria, dadas suas características de dilapidação do patrimônio público sem benefício correspondente.
Cansados de tanta competência (em benefício próprio, é verdade, mas who cares?), os incansáveis brasileiros mudariam de idéia: entregariam então o poder a um analfabeto.
E a lambança continuaria.
Mas, como todos sabem, nada disso aconteceu. O eleito foi o Tancredo.
Sorte nossa.

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