sexta-feira, 13 de maio de 2016

Nunca conheci quem tivesse levado porrada - 001

Começo aqui a série inspirada no "Poema em linha reta", de Álvaro de Campos:

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
(...)

E começo por vilania antiga.
Corria o ano de 1979. Talvez início de 80.
Por ter três filhos pequenos, pensei que seria bom se eles convivessem desde logo com um cão.
Resultou cadela, apesar de não existir ainda a tal ideologia de gênero.

Decorrido pouco tempo, dei-me conta de que o interesse dos putos pelo animal caiu a zero.
Os pais não sabíamos cuidar de animais.
E a cadelinha, que eu havia batizado de Laura, pois à época eu trabalhava em uma biografia de Cipriano Barata, pai de outra Laura, era um tanto desengonçada. 
Por tudo isso, certo dia a meti em meu automóvel, levei-a a uma rua habitada mas com piso de terra e lá a deixei.

Espero que minha doce Doga, já no apogeu de seus anos, não leia esta minha confissão.

Nota: Havia escrito que o nome da cadelinha era Veridiana. Minha ex-esposa corrigiu. Ambas, Veridiana e Laura, eram filhas de Cipriano Barata. Eu me confundi. Está já corrigido.
 Cipriano Barata era casado com dona Ana Joaquina de Oliveira e tinha seis filhos: Cipriana Sibila, Horácio Cipriano, Iria Joaquina, João Raimundo Nonato, Laura Cipriana e Veridiana Rosa.

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