quinta-feira, 29 de outubro de 2015
Nova trindade para Portugal
A entrevista a Jerónimo de Souza (Partido Comunista) na SIC/SIC Notícias leva à conclusão de que Portugal passará a ser governado por uma nova trindade.
O PS entra com seus Dez Mandamentos, o PCP limita-se a um "Passa de mim este cálice" e o Bloco de Esquerda, ungido em novo Espírito Santo, incita os portugueses a falar línguas estranhas.
segunda-feira, 26 de outubro de 2015
Humor socrático
O jornal das oito da SIC, hoje (26/10/2015), resumiu as estranhezas relativas ao caso José Sócrates, o ex-Primeiro-Ministro português.
A mim, basta uma.
Era uma vez um grande amigo do ex-PM - Carlos Santos Silva.
Tão grande que lhe fornecia vultosas somas em dinheiro para que as torrasse como bem lhe aprouvesse.
Tendo tão chegado amigo adquirido obras de arte de elevado valor, descobriu-se que várias dessas obras foram parar nas paredes da residência do ex-PM.
Mais: algumas foram achadas na casa de empregada de Sócrates.
Questionado a respeito, este teria afirmado:
- Não me dei conta disso.
Era uma vez um grande amigo do ex-PM - Carlos Santos Silva.
Tão grande que lhe fornecia vultosas somas em dinheiro para que as torrasse como bem lhe aprouvesse.
Tendo tão chegado amigo adquirido obras de arte de elevado valor, descobriu-se que várias dessas obras foram parar nas paredes da residência do ex-PM.
Mais: algumas foram achadas na casa de empregada de Sócrates.
Questionado a respeito, este teria afirmado:
- Não me dei conta disso.
terça-feira, 6 de outubro de 2015
Novilíngua
Ao final das
legislativas portuguesas de 2015 escrevi no Facebook que os
comunistas estavam a afirmar que a coligação Portugal à Frente
(PàF = PSD/CDS) perdera as eleições quando – de facto –
ganharam.
Diziam isso ao comparar
os resultados da coligação PàF agora com os resultados da mesma
coligação nas legislativas de 2011. E é verdade que, em relação
a 2011, essa coligação teve menos votos, elegeu menos deputados e
perdeu a maioria absoluta.
Qualquer raciocínio
vale quando se quer adoçar o dissabor de uma derrota.
O defeito dessa
comparação é o de relevar os quatro anos que medeiam os dois
eventos eleitorais.
Em 2011 Portugal
afundara em profunda crise e o governo era socialista. Sem discutir
se o Partido Socialista tenha sido em algum grau responsável por tal
crise, é natural esperar-se que o eleitorado corresse em grande
parte para os braços da centro-direita.
O governo da coligação
PSD/CDS foi um período de aplicação de medidas de austeridade,
medidas altamente impopulares, mesmo que as consideremos necessárias.
Isso, é claro, elevou a cotação do PS na bolsa eleitoral.
Tanto que, ao vencerem
as eleições europeias de 2014, os socialistas consideraram tal
vitória insuficiente (quase 32% contra menos de 28% da coligação),
uma “vitoriazinha”. E defenestraram seu secretário-geral António
José Seguro. Colocaram em seu lugar o autarca de Lisboa, António
Costa, fadado a mostrar ao mundo o que é uma vitória de bom
tamanho.
Desde que começaram as
campanhas eleitorais para esta últimas legislativas, o PS quase só
experimentou descidas. Já a coligação PàF ainda perdeu intenções
de voto durante algum tempo, mas nos últimos meses começou a
crescer e suplantou os socialistas.
A observação do
gráfico das sondagens nos mostra duas grandes disputas: PS versus
coligação PàF, na parte alta do gráfico; CDU (comunistas e
verdes) versus Bloco de Esquerda na parte de baixo.
No final, a coligação
PàF venceu o PS e o Bloco derrotou a CDU.
É pura ironia que
muitos sugiram a formação de um governo de coalizão PS/CDU.
Seria unir o roto ao
esfarrapado.
De resto, considerar a
vitória da coligação PàF como derrota, em face dos resultados de
2.011, é comparar laranjas com parafusos.
segunda-feira, 5 de outubro de 2015
O português estatístico
A coligação Portugal à Frente (PSD/CDS) ganhou as eleições com algo como 39% dos votos. O Partido Socialista (PS) ficou em segundo com qualquer coisa como 32%.
Não houve, portanto, maioria absoluta.
Os analistas, na TV, afirmam que os portugueses quiseram dizer, com isso, que querem uma continuidade governamental, mas com "humildade". Ou seja, com atenção às exigências do PS.
Não consigo imaginar um português que tenha ido votar com essa ideia na cabeça. Pra mim, quem foi votar no PS queria que o PS vencesse, de preferência com maioria absoluta. Idem para o eleitor da coligação.
O eleitor que votou na coligação mas a exigir "humildade" é um mero português estatístico.
Os analistas, na TV, afirmam que os portugueses quiseram dizer, com isso, que querem uma continuidade governamental, mas com "humildade". Ou seja, com atenção às exigências do PS.
Não consigo imaginar um português que tenha ido votar com essa ideia na cabeça. Pra mim, quem foi votar no PS queria que o PS vencesse, de preferência com maioria absoluta. Idem para o eleitor da coligação.
O eleitor que votou na coligação mas a exigir "humildade" é um mero português estatístico.
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