quarta-feira, 24 de maio de 2006

Os 70 anos de minha tia Clarisse


Começo por explicar que meu avô materno, Vicente, filho de italianos, era o que hoje se chama um garanhão. Casou-se com minha avó Amélia quando ela tinha 16 aninhos. Ela teve quatro filhos em seqüência anual: Celina, Antero, Olinda e um tio meu que morreu criança (Silas). Aos 22 anos Amélia morreu, vítima da febre amarela. Que fêz Vicente? Casou-se com a irmã de Amélia, tia Tuta. Daí nasceram meus tios Afrânio e Paulo. Afrânio sofreu acidente de trem aos 4 anos (ou algo assim). Ficou sem um braço e sem uma perna. E vive maravilhosamente bem até hoje. Já teve várias esposas (com as quais teve vários filhos). Agora, após os oitenta anos, acaba de arrumar nova companheira. Jovem, claro. Preciso lembrar de perguntar a ele qual é o segredo disso.
Ao morrer a tia Tuta, meu avô Vicente casou-se com uma linda mulher de olhos claros (nunca sei se eram verdes ou azuis). Dona Chiquinha.
E vieram Vadinho e Clarisse. Meus tios últimos.
A grande lição que Vadinho me deu, já lá se vão vários anos, foi:
A coisa de que mais gosta um careca é pente.
Tens toda razão, tio. Hoje sei.
Minha tia Clarisse é fantástica. Conseguiu achar um gaúcho excelente e casou-se com ele. Considere-se que achar um gaúcho excelente não é pra qualquer um (pronto, perdi vários leitores gaúchos). E tem blog, pode?
Bom. Dito isto, aí vão algumas fotos da comemoração dos 70 anos de Clarisse, minha tia que conseguiu misturar, na fisionomia, minha tia Olinda e minha mãe, Celina. Quer mais?
Clarisse e o indefectível bolo
tio Afrânio faz seu discurso
Tia Clarisse e seu maravilhoso gaúcho
Esta foto, ah esta foto. Aí estão os meus tios Paulo, Afrânio, Clarisse e Vadinho. Faltam meus tios Antero e Olinda. Já se foram. E minha mãe, Celina, que era considerada mãe, por todos eles. Essa, é figurinha carimbada. Pelo que aparece na foto e, também, pelo que não aparece.
Figurinha carimbada: meus tios

Deixa contar ainda um detalhe precioso sobre meu avô Vicente:
Meu pai estava noivo de minha mãe, quando descobriu (em algum exame) que tinha sífilis (teria aparecido algo como três cruzes no exame dele).
Foi até a casa de meu avô e declarou, solene:
Não posso casar com sua filha porque tenho três cruzes no sangue.
E meu avô Vicente:
Deixa disso. Eu tenho um cemitério no sangue.
Meu pai casou-se com minha mãe e a sífilis sumiu.

Sem comentários: