O presidente da República devia indicar para o cargo algum indivíduo de notável saber jurídico. O Senado, então, devia sabatinar o indicado e aprová-lo ou não (esse ou não, diga-se, tradicionalmente desprezado).
Como o dito presidente, apesar de sua notável esperteza, não fazia a mais remota ideia do que viesse a ser o tal de notável saber jurídico, chegou para a mulher - que ele carinhosamente chamava de galega - e perguntou:
- Porra, galega! Tens alguma ideia de quem indico pro STF?
Ela lembrou-se de uma amiga, antiga vizinha lá em São Bernardo do Campo, que vivia a elogiar o próprio filho, advogado que - segundo a mãe - era muito inteligente, muito estudioso, excelente filho etc etc.
- Por que não indicas o filho lá daquela nossa vizinha?
Assim disse, assim foi preenchida a vaga no STF.
Mais recentemente, outra vaga disponível. O presidente, agora mais entendido no assunto, logo pensou:
- Porra, vou nomear aquele advogado do partido. Ele pode ser muito útil lá dentro do STF!
Assim pensou, assim foi preenchida a nova vaga no STF.
Eis que começa o julgamento da Ação Penal 470 (popularmente conhecida como mensalão).
Os réus são, em boa parte, asseclas daquele mesmo presidente.
Os dois ministros nomeados segundo os critérios acima resumidos votam apoiados naquele princípio do Direito:
Uma mão lava a outra.
4 comentários:
A sensação que tenho é esta mesmo. Juiz imparcial o escambau. Bjim
E esses dois nem vermelhos ficam. É tudo como se fosse a coisa mais normal do mundo esta atitude anti ética,enganadora. Verdadeiras caras-de-pau desses dois...
Como completava minha amiga Izaura, de São Carlos: Uma mão lava a outra e as duas lavam o rosto!
Eu diria neste caso: os dois livram a "cara" ou, pelo menos, tentam.
E o meu medo é que consigam!
Como completava minha amiga Izaura, de São Carlos: Uma mão lava a outra e as duas lavam o rosto!
Eu diria neste caso: os dois livram a "cara" ou, pelo menos, tentam. E o meu medo é que consigam!
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