sexta-feira, 30 de março de 2012

Amigos


Um ex-amigo meu costumava dizer:
- É preciso chegar ao fim da vida com, ao menos, seis amigos. Esse é o número de alças do caixão.
Pois é. Como não pretendo ser enterrado, e, sim, cremado, não vai ser preciso carregar solenemente meu caixão até a sepultura. Vai daí, dispensei esse amigo.
Claro que não foi pela frase dele. Foi por falta de respeito mesmo.
Afinal, se alguém não te respeita, qual a razão pra que o tenhas como amigo?

Há, por outro lado, amigos que te acompanham vida afora. Esses valem ouro.

Por isso mesmo, quando percebes que um deles se afasta, e - parece - de modo inexorável, uma dor inevitável se instala.

Se ao menos fosse possível entender essa perda...

quarta-feira, 28 de março de 2012

Millôr (1.923 - 2.012)


Lá se foi Millôr, ou Milton Fernandes, filho de Viola Fernandes.

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Pro meu gosto, o maior intelectual que o Brasil produziu no século 20.

Um detalhe que só interessa a mim: ele tinha, de carreira, o mesmo que eu tenho de vida. Em 1.975, ganhei de meu primo Mauro o livro que Millôr acabara de publicar: Trinta anos de mim mesmo. Era minha idade.
Em 1.994 ele publicou A Bíblia do Caos (Millôr Definitivo). Eu estava à beira dos 50 anos.

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Um pouco de Millôr, colhido ao acaso:

Deus criou o sol. E as árvores, e os animais, e os minerais. Mas de repente, para absoluta surpresa sua, olhou e viu, maravilhado, que cada coisa tinha uma sombra. Nessa, francamente, ele não tinha pensado. (A verdadeira história do paraíso. 1958. Aliás, essa história lhe custou o emprego...)

Jamais aceite conselho - a começar por este.

Fé é o medo de ser descrente.

Meu ideal político é - um governo que não se meta na minha vida.

Desconfio sempre de todo idealista que lucra com seu ideal.

Lula - um líder aspirando cada vez mais pompa e tropeçando cada vez mais nas circunstâncias. (1989)

Certos pais têm a pretensão de preparar os filhos pra vida: outros têm a megalomania de preparar a vida pros filhos.

Filosofia é uma coisa que discute filosofia.

Você pode crer:
O pior cego
É o que quer ver.
(1956. Hai-kai)

terça-feira, 27 de março de 2012

Mistério sem mistérios


Ontem, um amigo nos punha a par das novidades de um caso banal, mas nem por isso desinteressante.
Um cidadão bem situado socialmente, casado há muitos anos com uma mulher daquelas de deixar os amigos com inveja, descobriu recentemente que era corneado havia já um par de anos, ou mais.
Nas suas confissões a esse nosso amigo, confissões destinadas a aliviar a dor de corno, mostrava sua perplexidade diante da insensibilidade da (ex-)mulher:
- Eu sempre lhe dei de tudo. Comprava-lhe vestidos e mais vestidos. Nunca nada lhe faltou!
O final da história parece demonstrar que, sim, algo faltou.

Hoje, ao pequeno-almoço, pensava eu no infeliz. Meu cérebro ainda boiava em sonolência quando tive um insight:
Volta e meia leio informações a respeito da impotência masculina e os números são assustadores. Fala-se sempre em percentuais de 25 a 50% de indivíduos com disfunção eréctil.
Ora, já vivi 67 anos. Isso é tempo pacas. Já ouvi relatos de segredos de alcova de vários amigos.
Pois bem: não me recordo de ninguém ter confessado a mim, fora uma ou outra desculpável brochada, que padecia de impotência.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Menas dúvidas


No Brasil, Lula é largamente conhecido como O Apedeuta. E não é por não ter estudado. É por vangloriar-se disso.
Por isso, causou certa perplexidade no Brasil a atribuição a Lula do título de doutor honoris causa pela Universidade de Coimbra, ano passado.

Hoje descobri: não é verdade que Lula não tenha estudado. Ele estudou aqui em Portugal. Começa a ganhar sentido a homenagem da Universidade de Coimbra. Vê só a nota desta semana na revista Visão, uma das duas mais lidas revistas semanais portuguesas:

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quinta-feira, 22 de março de 2012

Diabetes em Bragança


Enquanto eu morei no Brasil, em São Paulo, o máximo a que os médicos chegaram foi me catalogar como pré-diabético. Meus níveis de glicemia eram, sim, um tanto acima do normal. Mas era só eu começar a fazer caminhadas diárias e logo os índices baixavam.
Bastou que eu chegasse a Bragança com uma infecção urinária, nos finais de 2.010, para ouvir de uma médica, na Urgência:
- Não existe isso de pré-diabético! Você é diabético!
Daí em diante recebi uma carteirinha de diabético, medicação adequada e isenção das tais taxas moderadoras, ou seja, as consultas ao médico de família, para mim, passaram a ser gratuitas.

Descobri, também, que Bragança, certamente como resultado de tantos privilégios, tem três vezes mais diabéticos que a média do país.


Como sou chegado a uma teoria conspiratória, tenho a impressão de que, assim como parece que a maçonaria manipula os cordéis do poder lá em Lisboa, cá em Bragança quem domina é a máfia dos diabéticos. E o exercício desse poder é tão disfarçado que a coisa mais difícil é você encontrar produtos light e/ou diet nas gôndolas dos mercados.
Como é evidente, isso é a forma que encontraram os diabéticos de se colocarem fora do alcance dos holofotes. Todos parecem normais, à primeira vista. Mas basta picar-lhes algum dos dedinhos para constatar níveis alarmantes de sede de poder.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Ausência


Não apareci ontem no blog por estar muito ocupado com os preparativos do início da primavera.
É um tal de providenciar flores, cores e tudo o mais que caracteriza essa estação.

Que é que tenho a ver com isso? Se sou deus?

Não. Apenas preciso tratar disso, caso contrário nada acontece. Ninguém providencia nada.

Fora o dever de passear a Doga. Ela não abre mão (ou seria abrir pata?...) de seu passeio diário. A ela não interessa qual a estação do ano que está a começar ou a terminar.
Chova, neve, ou faça sol, ela quer e exige rua!

Algumas árvores já floriram. Outras, talvez ocupadas com a crise, continuam só galhos. Mas tudo há de arranjar-se.

Muda a estação mas a seca persiste. Volta e meia passam no céu algumas nuvens negras, ameaçadoras. Tudo bazófia. De concreto, nem um pingo.

Amanhã preciso tratar disso.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Serendipity


Hoje fui ao Feira Nova procurar iogurte grego desnatado.
(detalhe: aqui em Bragança existia um mercado, na zona industrial, chamado Feira Nova. Mais recentemente passou a ser do grupo Pingo Doce. Vai daí que os moradores de Bragança ainda se referem ao Pingo Doce como "Feira Nova". No início, quando eu perguntava a alguém onde ficava alguma loja e calhava de ser loja da zona industrial, recebia como explicação: vá até o Feira Nova e... Claro que eu ficava sem entender nada. Que diabo de feira nova era essa? Por fim, aprendi que quando se quer dar a entender que se é bragançano de velha cepa é preciso falar Feira Nova para referir-se ao Pingo Doce. Ou seja, Pingo Doce, aqui, é coisa de neófitos.)
Mas volto ao iogurte grego. Ou ao Feira Nova.
Buscava um iogurte grego desnatado porque meu filho me repreendeu, por telefone, por entender que eu o estava a enrolar com a história de que em Bragança não havia iogurte grego desnatado. Resolvi conferir em todos os mercados da cidade.

Como, à entrada do Pingo Doce (ou melhor, Feira Nova) há uma loja de livros/discos/eletrodomésticos e por aí vai, entrei para ver se encontrava algum DVD com filme interessante.
Deus seja louvado! Encontrei os sete DVD das quatro séries do Flying Circus do Monty Python (em Portugal: Os Malucos do Circo).

CLIQUE PARA VER O QUE É SERENDIPITY

Ah! Iogurte grego desnatado, ao menos no Feira Nova, no Lidl e no Modelo, não se encontra em Bragança. Falta procurar no Intermarché. Não o fiz pois corri para casa a ver os primeiros episódios do Monty Python.

domingo, 18 de março de 2012

Quem manda em quem?


A Alemanha elegeu hoje seu novo presidente. O outro renunciou em face de suspeitas de corrupção. Estranho país, a Alemanha.

O jornal Público, em sua versão on line, salienta paradoxos na trajetória pessoal e política do presidente eleito.

Mas paradoxo mesmo, a meu ver, é o facto de a Alemanha ser cotidianamente acusada pelos portugueses de mandar em Portugal e, agora, eleger um presidente chamado Joaquim.

sábado, 17 de março de 2012

A ideologia e o vinho


Tentaram quebrar a calma deste sábado com duas páginas do jornal Público, a discutir o lançamento do vinho Memórias de Salazar.
Há os que o apoiam, como o presidente da Câmara de Santa Comba Dão, terra do ditador. Afinal, a crise aumenta, o turismo é uma das poucas maneiras - senão a única - de combatê-la. Criar um vinho com esse nome pode ajudar.
A outros, o lançamento é indiferente. Ou melhor, não dão importância ao nome. Esperam é que o vinho seja bom.
E há sempre o Bloco de Esquerda (BE. Para os brasileiros: qualquer coisa do tipo Psol, tipo Heloísa Helena): Fernando Rosas, historiador e ex-dirigente do BE, ao receber a notícia do lançamento do tal vinho, reagiu com expressões do tipo “é uma ideia oportunista”, “vulgar” e “saloia”, “lamentável”, “imbecil”, “bacoca”, ”patética”. “Em suma, uma palhaçada”.
Por pouco não me torno um entusiasta da marca...
Mas prefiro que indivíduos do tipo BE não moldem minhas opiniões. Nem mesmo por oposição.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Milagre


Não acredito em milagres. Mas, vez ou outra, eles ocorrem.
Estava a saborear um cair de noite na companhia de um fantástico dry martini, preparado por mim (modéstia às favas).
Para ficar tudo perfeito, tratei de ler dois poemas de José Carlos Barros: Os Investimentos, 1 e Os Investimentos, 2.
Estava a relê-los quando soa o telemóvel.
Atendo e é ele. Em carne e osso. Ou, ao menos, em telecarne e teleosso.

Fiquei quase sem ação. Consegui articular algumas palavras e penso ter sido minimamente polido. Na verdade, estava desnorteado. Isso, apesar de eu estar no norte e ele no sul, Bragança e Algarve.

Haja milagre.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Desejo


Ando a buscar a maneira de construir um post em que caiba utilizar-me do termo aldrabice. É um dos mais atraentes entre os que aprendi até agora neste meu curso intensivo de português-português-mesmo.
Pensei, por exemplo, no seguinte:

Não sei se toda a gente sabe, mas os cognacs têm a sua hierarquia, tal qual os exércitos. Assim, um, digamos, Rémy Martin, tem o VS, o VSOP, o XO etc. Em um exército, seriam o tenente, o capitão, o coronel etc.

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Cá em Bragança só se encontra o nível VS. Raramente, um VSOP. Jamais um XO. O forte desta terra, decididamente, não são os cognacs.
Graças a tal fatalidade, temos de consumir cognacs VS. E deixar guardado um XO para ocasiões muito especiais.
Veio-me, então, a ideia: depois que a Léa fosse dormir, eu trocaria o conteúdo de um VS pelo de um XO. Passaria a tomar o XO, servindo-o de uma garrafa de VS. Quando, no dia seguinte, ela quisesse tomar um cognac, iria, naturalmente, buscar a garrafa de VS. Nesse momento, eu jogaria a ela meu charme:
- Meu amor, hoje sinto que mereces um XO!


Pois bem. Isso seria uma tremenda aldrabice.
Mas (como se diz por aqui) atenção! Seria uma aldrabice, mas não conteria a palavra aldrabice.
Não satisfaria meu desejo.

Mas não é que acabo de realizá-lo?

quarta-feira, 14 de março de 2012

Desertificação de Portugal


O autor do blog Branco Leone, meu amigo, que infelizmente parece ter desistido de continuar a postar, me manda e-mail com uma porção de notícias (que não vêm ao caso) mas com um final digno de reprodução:

E comentando uma coisa que tenho reparado no blog. As fotos. Impressionam-me muito. Olhando daqui, pela sua câmera, tenho a impressão de que Portugal é um país deserto. A maioria das suas fotos de lugares públicos, abertos, não mostra ninguém ou quase ninguém (exceto a Léa, numa ou noutra). Seja o casino, ou um restaurante, ou uma praça. Na maioria dos casos, quando se vê alguém, está láááááá longe. É seu olho, que põe a câmera assim, nesses lugares e horas vazias? É sua agenda de aposentado, que permite que vá aos lugares em horas de menor bichice (no sentido português, claro), ou está sempre mesmo tudo vazio?

E outra: todos os carros das pessoas que vão ao casino vazam óleo? Em vez de gastarem o dinheiro todo lá, não valia a pena guardarem um pouco pra trocarem-lhe as juntas ao cárter??


Para relembrar, aí vai a foto do Casino de Chaves:



Quando conseguir parar de rir, respondo ao Branco Leone.

terça-feira, 13 de março de 2012

Vamos orar


Nos EUA, Pat Robertson está convencido de que tornados podem ser evitados com muita oração (aqui em inglês, aqui em português).

Em Portugal, o bispo de Beja acha que a seca é resultado da falta de oração dos agricultores.

Vou orar ardentemente para que indivíduos como esses dois parem de nascer.

segunda-feira, 12 de março de 2012

A mulher mais...

...bonita do mundo era um génio.

Dia internacional da mulher pra cá, dia internacional da mulher pra lá, e eu nunca havia ouvido falar de Hedy Lamarr. Que será que fiquei a fazer nesses últimos 67 anos?!
Se você é o felizardo possuidor do último número da revista Sábado, não deixe de ler a matéria de Pedro Marta Santos.

Clique para ler sobre ela

domingo, 11 de março de 2012

Almoço do domingo


Fomos hoje à serra de Bornes, conhecer o hotel que fica lá no alto. E almoçar no restaurante do hotel, claro.
A sugestão foi de minha prima Isabel, que nos acompanhou, junto com o marido António.
A ideia não poderia ter sido melhor. A Léa e eu nos maravilhámos com o hotel, sim, mas imensamente mais com a paisagem.

Deve ser muito bom passar uns dias nesse hotel:





Mas a visão que se tem de Trás-os-Montes lá do alto é que é o grande encanto:










Se puder, não deixe de visitar.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Fim de semana


O fds (como se escreve em feicebuquês), para o aposentado, é aquele par de dias em que quase todo mundo se junta a ele no exercício do ócio.
É a oportunidade que ele tem de passar desapercebido. Fingir-se de trabalhador em recesso.
Pois, mais que o poeta, o aposentado é um fingidor. Vai para a fila do banco, reclama que o atendimento é lento, mas intimamente exulta pois não saberia o que fazer se fosse logo atendido.
Ao chegar a segunda-feira, o aposentado volta a sua situação de excepção. Se acorda cedo, vê seus vizinhos sairem para o trabalho enquanto lhe resta passear o cão. Se dorme até mais tarde, acaba por tomar o pequeno almoço enquanto toda a gente almoça.
Definitivamente, o fds é seu ponto de encontro com o tal de mundo real.
Vamos a ele.

quinta-feira, 8 de março de 2012

O banho


Era o início de dezembro, 1.992. Minha mãe, que se acabaria no dia 13, suavemente, descansava em seu quarto, esquelética e fraca. O cancro iria vencer, desta vez.
Na sala, os três irmãos discutiam a respeito da necessidade de dar à mãe um banho. Ela , por si mesma, já não era capaz de tanto.
Eu era o primeiro excluído. Por ser homem.
Minhas irmãs também eram interditas. Nunca haviam levantado o véu da intimidade da mãe. Não o conseguiriam fazer agora.
Estávamos nesse impasse quando soa a campainha. Era minha filha, a primogênita, que chegava a visitar a avó. Avó que dela cuidara na infância, nos períodos em que a mãe assistia a suas aulas de filosofia.
Posta a par do problema, não hesitou um instante.
Foi ao quarto, levou minha mãe ao banho, lavou-a meticulosamente.
A avó, feliz, voltou à cama limpa, de corpo e alma.

terça-feira, 6 de março de 2012

Laranja de Pobre


Desde que contei ao chefe de cozinha do A Gôndola, o António, que era diabético e não devia abusar dos doces, ele passou a me oferecer sobremesas diferentes. Dia desses serviu-me o que disse chamar-se laranja-de-pobre.

Corta-se em fatias uma laranja descascada. e distribuem-se circularmente as rodelas em um prato.
Sobre as fatias salpica-se um bocadinho de sal grosso e um quase nada de alho. Por fim, derrama-se um tantinho de azeite sobre o conjunto.

Pronto. Saboreie.

O António ainda colocou no centro do prato um morango. O enfeite, assim como o equilíbrio entre os ingredientes, fica a seu critério.

sábado, 3 de março de 2012

Viseu - detalhes de uma visita


Quando viajo, não gosto de ficar muito ocupado com fotos. Sendo assim, ficam alguns lugares mais fotografados que outros, sem critério algum. Mas fizemos algumas fotos em Viseu que, penso, podem dar uma ligeira ideia da cidade e de suas atrações.

Diga-se, antes do mais, que Viseu é a cidade portuguesa de melhor qualidade de vida. Confesso não saber como se mede isso, mas que Viseu é linda e excelente para se viver não resta dúvida.

Vamos às fotos:
Comecemos pela Catedral, como não poderia deixar de ser. Ao escolher o hotel em que ficaríamos, percebi que todos se referiam à distância a que ficavam da Catedral. No segundo piso, fica o Museu Grão Vasco. Não me apeteceu subir as escadas, além do que entre museus, bares e restaurantes fico com os últimos. Diga-se: o museu deve ser interessante, pois uma respeitável professora de Aveiro mo recomendou vivamente. Que ela me perdoe o ignominioso desinteresse.

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Em frente à Catedral fica a Igreja da Misericórdia, cujo interior é digno de uma visita:

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Ao lado da Igreja da Misericórdia fica o funicular. Além de se ter uma bela vista de parte da cidade.

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Vejam só: era dia de meu aniversário (23/02). Havíamos almoçado naquele que é considerado o melhor restaurante de Viseu. O Cortiço. Não tirei nenhuma foto do dito cujo. Ele fica próximo à Catedral, em uma viela chamada Augusto Hilario (antiga rua Judiaria). Por ter comido fartamente, lá fomos nós caminhar pelas ruas do centro da cidade. Essa, abaixo, é só para peões (/pedestres). Ruas assim são chamadas calçadões, no Brasil (ou, ao menos, em São Paulo):

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Já em outra rua, encontrámos a entrada para essa esplanada:

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Pra não ficar apenas no elogio, vamos a uma crítica: no final de um dos calçadões do centro, há uma parte do chão feita de vidro, teoricamente para permitir que se veja, lá no subsolo, um pedaço de uma muralha romana, de 260 D.C..
Se você fizer algum esforço consegue perceber algumas das pedras da muralha. Mas, mesmo estando pessoalmente no local (e fomos lá à noite pra verificar se era possível ver melhor a tal muralha) é muito difícil enxergar a descoberta arqueológica. E, segundo nos informaram, foi gasto muito dinheiro para construir esse espaço (quase) inútil...

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Saindo do centro da cidade uns 8 km, chega-se às termas de Alcafache. A água sai à superfície a 50ºC. As termas estavam fechadas. Só iriam reabrir em 1º de março.

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Mas consegui uma bela foto do riacho que passa junto ao edifício no qual funcionam as Termas. Ainda voltaremos aí, para uns banhos. A poucos quilômetros do centro da cidade há ainda outras termas.

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Agora os parques. Viseu tem inúmeros parques. Esse abaixo nem sei como se chama, mas a garotada se espalha nele com suas bicicletas. Os cães passeiam à vontade. Os adultos fazem suas caminhadas ou sentam-se na esplanada.

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Já o Parque do Fontelo tem as piscinas municipais, inúmeros campos de futebol nos quais a garotada disputa partidas a sério, com juiz, assistentes, uniformes etc etc., o estádio municipal de futebol, parque infantil, bosque.
O parque é tão agradável que só nos ocorreu bater algumas fotos já ao sair, junto ao Pórtico do Fontelo. Atrás da Baixinha e da Doga o edifício branco que se vê é uma pousada de juventude.

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Last but not least, restaurantes. Já disse que no dia 23 almoçámos em O Cortiço. No dia seguinte, almoçámos no impecável Muralha da Sé. Sem fotos. Fica ao pé da Igreja da Misericórdia.
No sábado, 25, fomos almoçar perto do autódromo. Clube dos caçadores. O lugar, retirado, é encantador. Mas... só fotografei a cortesia que é servida a todos os clientes logo após o cafezinho: bagaço com sumo de frutas vermelhas. Tudo a baixíssima temperatura.

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A Baixinha não resistiu:

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Domingo, 26, fomos almoçar no Santa Luzia. Enquanto a reforma no endereço tradicional não termina, eles atendem aqui. Não há como não gostar.

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Em frente ao Santa Luzia fica este templo da Congregação Cristã. A julgar pelas grades ostensivas, eles não confiam muito na proteção divina...

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Enfim, no dia 27 deixámos Viseu. Conseguimos almoçar no Escorropicha, Ana!, em Carrapichana. E lá fomos nós, rumo a Bragança, pelo IP2:

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É preciso voltar mais vezes a esse paraíso chamado Viseu.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Missão cumprida


Aposentava-se depois de quase 50 anos de trabalho na Rede Ferroviária Federal.
Fora sempre funcionário irrepreensível.
Os colegas o cumularam de homenagens.
Acabou por ser entrevistado por um jornalista à procura de matéria para seu jornal:
- O senhor passou todos esses anos a martelar as rodas dos trens que paravam nesta estação. Explique às novas gerações qual a razão dessa sua função.
E o velho servidor:
- Ora, não sei. Quando comecei a trabalhar na Rede, deram-me um pequeno martelo e me disseram que, a cada trem que aqui parasse, eu deveria bater levemente com o martelo em todas as rodas da composição. Foi a missão que cumpri religiosamente.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Escolhas


Aviso já: este não é um texto de auto-ajuda. É, isto sim, um texto em que procuro ajuda.
Sobre a escolha de produtos no mercado.

Conheço pessoas que receberam dos pais ensinamentos preciosos a respeito de como escolher carne, por exemplo.
Quanto a mim, estou a fazer progressos na arte de escolher frutas. Penso que consigo escolher boas clementinas e boas laranjas, para citar meus melhores êxitos.

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Já recebi algumas lições importantes de outros compradores. Outro dia, estava a escolher melões. A meu lado um senhor fazia também suas escolhas. A certa altura confidenciou:
- Não adianta apertar o olho do melão. Como toda a gente faz isso, os melões ficam artificialmente com olhos moles. É melhor apertar o melão em outros lugares.
Mais não disse.
Embora haja gente que conta seus truques, há também quem os oculte. Ou talvez ignore as razões dos métodos que emprega.

É o caso da escolha de laranjas. Parece ser universal, ao menos em Portugal, a técnica de colocar a laranja na palma da mão e jogá-la levemente ao ar, repetidas vezes, a verificar se serve ou não. Como se estivesse a querer avaliar o peso da fruta.

Alguém pode me explicar a razão desse procedimento?