quarta-feira, 28 de março de 2012
Millôr (1.923 - 2.012)
Lá se foi Millôr, ou Milton Fernandes, filho de Viola Fernandes.
Pro meu gosto, o maior intelectual que o Brasil produziu no século 20.
Um detalhe que só interessa a mim: ele tinha, de carreira, o mesmo que eu tenho de vida. Em 1.975, ganhei de meu primo Mauro o livro que Millôr acabara de publicar: Trinta anos de mim mesmo. Era minha idade.
Em 1.994 ele publicou A Bíblia do Caos (Millôr Definitivo). Eu estava à beira dos 50 anos.
Um pouco de Millôr, colhido ao acaso:
Deus criou o sol. E as árvores, e os animais, e os minerais. Mas de repente, para absoluta surpresa sua, olhou e viu, maravilhado, que cada coisa tinha uma sombra. Nessa, francamente, ele não tinha pensado. (A verdadeira história do paraíso. 1958. Aliás, essa história lhe custou o emprego...)
Jamais aceite conselho - a começar por este.
Fé é o medo de ser descrente.
Meu ideal político é - um governo que não se meta na minha vida.
Desconfio sempre de todo idealista que lucra com seu ideal.
Lula - um líder aspirando cada vez mais pompa e tropeçando cada vez mais nas circunstâncias. (1989)
Certos pais têm a pretensão de preparar os filhos pra vida: outros têm a megalomania de preparar a vida pros filhos.
Filosofia é uma coisa que discute filosofia.
Você pode crer:
O pior cego
É o que quer ver.
(1956. Hai-kai)
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1 comentário:
Ele estava certo em 1989! De tropeço em tropeço, porém, ele alcançou a pompa ... às nossas custas!
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