segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Com a palavra, Lula

Estou a ler Assassinato de Reputações - Um crime de Estado, depoimento de Romeu Tuma Junior a Claudio Tognolli (557 páginas, 2013, 1º edição, Topbooks, Rio de Janeiro).



Tuma Junior é da carreira policial e enveredou pela política, assim como fez seu pai. Exerceu mandato no Legislativo obtido pelo voto popular. Por fim, foi levado à Secretaria Nacional de Justiça "na cota pessoal de Lula", no governo deste.
Foi afastado em meio a suspeitas de promiscuidade com criminosos e decidiu jogar no ventilador as informações que reuniu durante anos de atuação na polícia e na política.

Não vem ao caso - aqui - se o que Tuma afirma é verdadeiro ou não. Nem eu teria capacidade para avaliar isso. Meu foco é outro.

Ora, um notório homem público coloca em livro acusações terríveis contra um ex-presidente da República e - digo eu - a mais importante figura da política brasileira na atualidade.
Para ficar em um único exemplo, Tuma afirma - e dá muitos detalhes a respeito - que Lula, na época da ditadura militar, década de 70, foi informante do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), órgão da repressão a movimentos considerados subversivos.

Será possível que Lula não processe Tuma em função de tais denúncias?
Ficará calado, mais uma vez?

A mim parece claro que Lula tem a obrigação moral e política ou de provar que tudo que Tuma afirma é mentira ou de processá-lo para que Tuma seja compelido a provar que fala a verdade.

Não adianta a claque petista fazer o mesmo que faz em outras situações: desqualificar o acusador para invalidar as acusações.

Desta vez as acusações são pesadas demais para que se utilize esse tipo de chicana.

Espero o pronunciamento de Lula.


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