Se for pra escolher, escolho a amizade.
Tenho dificuldade em entender como é que alguém joga fora uma amizade por discordância ideológica.
Já li, no blog de Janer Cristaldo, que ele abandonou uma amiga porque ela só comeu em MacDonalds quando esteve na Espanha. E isso depois de - supremo pecado! - ele ter indicado a ela os restaurantes mais interessantes, do ponto de vista dele, conhecedor do país.
Tive uma amiga que me mandou às favas depois que lhe enviei por e-mail uma paródia de um filme sobre os últimos dias de Hitler, em que as falas do ditador eram legendadas como se fosse o Lula a falar com seus asseclas. Isso depois de eu lhe arrumar dois empregos.
Essa mesma ex-amiga, em tempos idos, me confessara que ganhara uns trocados para escrever um artigo para jornal defendendo a não implantação de aeroporto em Ilha Bela, São Paulo, sob pretexto de defesa da natureza etc etc (trocados pagos por um dono de terras na ilha, interessado no aborto do plano do aeroporto).
Aliás, quando fui apresentado à palavra "ecologia" foi por meio de um picareta que comigo trabalhava na Promon Engenharia S.A., em São Paulo, no final da década de 70. Era o Barba, um rapaz que, algum tempo depois, detonou outro colega com o qual fizera sociedade em uma empresa de informática.
Ou seja, cedo aprendi que ecologia rima com patifaria.
Mas, a meu ver, nada justifica abandonar uma amizade por não se concordar com as ideias do amigo.
Claro está que se o amigo for um bandido, é melhor afastar-se. Mas, ao construir a amizade essa bandidagem não ficou visível?!
E, até onde sei, não gostar do Lula e do PT não se enquadra em nenhum artigo do Código Penal Brasileiro. Ao menos por enquanto. E não ter simpatias pelos BigMacs não invalida uma relação prazerosa.
Mas há coisas que as moedas fazem e de que até os deuses duvidam.
1 comentário:
E por falar em amizade, eu ando preocupada com vc, mas ao mesmo tempo sei que aí os recursos são maiores e, seguindo direitinho as orientações medicas,logo vc estará em forma outra vez. Mas, não procure muito, viva o máximo e deixe o tempo rolar. Há quinze anos, quando cheguei no litoral, meu cardiologista disse-me que eu era uma bomba ambulante:diabets, triglicérides, colesterol...Tornei-me escrava de remédios até que um dia parei com tudo. Não tomo nada, não faço dieta, nem me preocupo. Trabalho bastante e divirto-me o máximo. Pronto. Tou curada!Um grande abraço da amiga e admiradora dos seus textos,
Regina Reis
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