domingo, 6 de novembro de 2011
Acasos
Neste domingo, com sol em Bragança, fomos até Sendim (Miranda do Douro) almoçar no Gabriela, restaurante que serve alheiras fantásticas seguidas de posta mirandesa com um molho que é segredo antigo da casa.
Depois de algumas desavenças com o GPS, conseguimos chegar ao Gabriela.
No Largo da Igreja, onde fica o Gabriela, havia - seguramente - uma vintena de velhinhos a vigiar a vida.
Ao final da refeição, como não podia deixar de ser, pedi à senhora que nos atendeu que nos desse a receita do molho. Apenas para ouvir uma negativa imediata e sucinta:
- Não é possível. Resposta seguida de um sorriso.
Ao sair do restaurante, nossa acompanhante - uma amiga brasileira que vive cá há mais de dezesseis anos e ama esta terra - esclareceu:
- Está na hora dos velhinhos fazerem o lanche.
Perguntei:
- Como sabes que já é hora?
- Simples. Já não têm o palito à boca.
E detalhou:
- Quando acabam de almoçar, ficam todos a palitar os dentes. Como já não o fazem, é porque está na hora do lanche.
Saímos de Sendim e fomos orientados a seguir caminhos esdrúxulos pela locutora do GPS. Estranhos caminhos mas maravilhosos.
De repente, surge ao lado da estrada a Quinta dos Melros, com dezenas e dezenas de galinhas a passear em um relvado amplo.
Lá fomos nós.
Saímos de lá com ovos e mais ovos.
Há quem pretenda ter controle sobre seu atos.
Determinar o rumo de seus passos.
Nada disso.
O acaso é o melhor conselheiro.
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1 comentário:
E aguardente de folha de figueira no fim?
Abraço
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