sexta-feira, 24 de novembro de 2006

Domingos de ceia


Uma vez por mês, na Primeira Igreja Batista de Santos, domingo à noite, era celebrada a Ceia. Como na igreja católica, havia o pão e havia o vinho. Só não havia a eucaristia, aquele sacramento que faz do pão a carne de Cristo e do vinho seu sangue.
Ah. Detalhe. O vinho era suco de uva.
Mas, por conta da celebração da ceia, o culto – que de resto era igual ao de todos os outros domingos, terminava um pouco mais tarde.
Eu, na impaciência da infância, achava o domingo de ceia meio cansativo.
Depois que os diáconos distribuíam o pão e o vinho por todo o salão, depois das orações e dos hinos, meu pai – invariavelmente – terminava a ceia com o versículo:
- E tendo cantado o hino, partiram para o Monte das Oliveiras.
Acredite se quiser. Até hoje, quando alguma palestra, algum seminário, alguma coisa desse tipo a que sou obrigado a assistir e que me entedia termina, recito com meus botões:
- E tendo cantado o hino, partiram para o Monte das Oliveiras.
E me dirijo a meu Monte das Oliveiras, que fica em alguma parte aconchegante de meu ser.

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