Esta tarde, sem razão aparente, resolvemos ir a Passos.
Lá chegados, encontrámos as primas vindas das vindimas. Ou seja, haviam colhido as uvas, tínham-nas já esmagado com a máquina eléctrica (o que não exime de completar o esmagamento com os pés) e deixado o resultado a repousar, melhor dito, a ferver.
Ao aproximar o ouvido dessa grande cuba de plástico na qual repousam as uvas esmagadas, ouve-se o ruído da fermentação, ruído grave, proveniente de séculos de tradição do cultivo do vinho.

Fiquei a imaginar (obviamente sem sucesso) o caminho percorrido pela humanidade até o domínio do processo completo da produção do vinho a partir da uva.
Essa massa fervente deve, ainda, passar por alguns tratamentos: tem de ser mexida periodicamente com a pá de madeira que aparece, discreta, no alto da foto. E outros detalhes que aqui não cabem (mesmo porque não os domino).
Tudo isso se origina dessas frutas aí embaixo:

Cada cacho desses é composto de uvas com nome próprio, como nós, humanos.
Ao contemplar parte do processo de fabricação do vinho, quase me sinto obrigado a ajoelhar-me e agradecer à humanidade essa dádiva.
Maravilhoso, o vinho.
1 comentário:
O prof. Hermano Saraiva disse certa vez cirandando pelo Douro que o vinho era a bebida da Europa. Procuro-lhe as exactas palavras e o melhor que consigo é mais ou menos isto.
Cada continente tem a bebida que merece; a Ásia, o salutar chá; a África, o estimulante café; a Europa, o espirituoso vinho; e a América, a inocente Coca-cola.
Cumpts.
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