quinta-feira, 28 de março de 2013

Diogo, o Cristo



Agora que a série de TV A Bíblia explodiu nos Estados Unidos e vai ser exibida em Portugal (SIC) e no Brasil (Record), Cavaco Silva já pode ir ao Vaticano e completar a inteligente e inovadora fala de Dilma Rousseff ao novo Papa.
Ela disse a Jorge Mário:
- O Papa é argentino mas Deus é brasileiro.
Cavaco pode acrescentar:
- E Jesus é português.


quarta-feira, 27 de março de 2013

O banquete de (José) Sócrates

Hoje, às 21 horas, José Sócrates dá entrevista à RTP.
Até aí, tudo bem.
Acontece que Sócrates está já contratado pela emissora para apresentar um programa semanal. Ora, que ele tenha um programa de TV, tudo bem. Se quiser, pode levar a ele suas fadistas favoritas ou o que quer que lhe convenha.
O que já resvala para a baixaria é chamar-se de entrevista algo que é - evidentemente - um comercial de seu futuro programa.
Daqui a pouco veremos no que consiste a tal entrevista.
Mas lembro-me do que certa vez disse um apresentador de TV no Brasil, ao explicar a uma participante em seu programa qual a forma correcta de conduzir-se quando as câmeras fossem ligadas:
- Televisão é tudo mentira.

Actualização (22:43): José Sócrates acaba de fazer seu monólogo na RTP. De facto, o título deste post está errado. Nele, mencionei um diálogo. Diálogo não houve, como já era de se esperar.
O melhor, depois de uma hora e quarenta minutos de justificativas, foi o final:
- Há 25 anos que só tenho conta em um banco. Não tenho conta a prazo. Nem conta no estrangeiro. Para fazer esse ano e meio sabático pedi empréstimo no banco. Etc etc.

Não esqueça de deixar seu sapatinho na janela. Pai Natal vai lá deixar seu presentinho.

Valha-me deus!

Definitivamente, Sócrates é o Paulo Maluf português (os brasileiros sabem do que estou a falar).

terça-feira, 26 de março de 2013

No saco não vale!

As lutas de vale-tudo têm suas proibições. Não vale dedo nos olhos etc etc.
Mas isso vem de longa tradição.
Outro dia, ao pesquisar sobre o livro de Rut, encontrei em Deuteronômio uma regra básica:

Quando pelejarem dois homens, um contra o outro, e a mulher de um chegar para livrar a seu marido da mão do que o fere, e ela estender a sua mão, e lhe pegar pelas suas vergonhas,
Então cortar-lhe-ás a mão; não a poupará o teu olho. 
(Deuteronômio 25:11-12)

Lembrei-me de uma briga a que assisti no curso primário, no Colégio Marçal, em Santos. Dois colegas do quarto ano, todos na faixa dos 10 anos, juraram que se pegariam no intervalo das aulas.
Toda a turma foi com eles à casa de banho (/banheiro) e lá começou a luta. Lembro que se chamavam Marcelo e Feliciano. A luta ia equilibrada, até que um deles, penso que o Feliciano, caiu ao chão, no espaço entre um vaso sanitário e uma parede. O Marcelo aproveitou-se da queda e agarrou-lhe a bolsa escrotal, apertando-a. O outro uivava. Foi quando a plateia resolveu intervir. A briga foi suspensa.
Como o Marcelo não era mulher, sua mão foi preservada. Mesmo porque não valiam, ali, as regras do Pentateuco.
Valia, isso sim, o bom senso.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Ainda sobre Rut


Dizem que a História é sempre a versão dos vencedores.
Talvez seja a versão dos que conseguiram escrevê-la e publicá-la.
Na história de Rut (ver os posts anteriores), Orpá é relegada a segundo plano por não ter acompanhado Rut em sua decisão inabalável de ir com Noomi de volta a Belém.

Se, contudo, olhássemos para Orpá como aquela que não renegou seu povo, que retornou à casa de seus pais, enquanto Rut deixou suas origens de lado e resolveu começar nova vida ao lado da sogra, teríamos de inverter os nomes. Orpá passaria a ser Rut, pela ligação de afecto aos seus, enquanto Rut passaria a Orpá, por virar as costas à tradição, à família de origem.

Tudo se resume a olhar os factos como judeu ou como moavita.

domingo, 24 de março de 2013

RUT (2/2)


                                      (leia antes o post anterior)


Porque aonde quer que tu fores, irei eu.
 E onde quer que tu mores, morarei.
 Teu povo será meu povo:
 E teu Deus será meu Deus.



A decisão de Noomi de recomendar a suas noras que ficassem na terra de seus pais prende-se à chamada lei do levirato. Ou lei dos cunhados.
Quando um homem morria e deixava a esposa sem filhos, um irmão dele devia casar-se com a viúva para dar-lhe um filho que seria o herdeiro do falecido pai (Deuteronômio 25: 5-10). Na falta de irmão, que fosse um parente próximo.
Ora, Noomi não mais tinha filhos. Nem a idade lhe permitia tê-los. Se os tivesse, as viúvas de seus filhos não poderiam esperar tanto para com eles casarem. Por isso, liberou suas noras para que procurassem maridos em sua própria nação.
Como já vimos, Orpá seguiu a orientação de Noomi e voltou para a casa de seus pais, em Moav. Rut não abriu mão de continuar ao lado de Noomi.
E foram as duas para Belém, Judá.

Chegaram na época da colheita da cevada. Quem vive em regiões predominantemente agrícolas sabe que as épocas de colheitas são as mais festivas. Nem é preciso dizer por quais razões. Cá em Trás-os-Montes, por exemplo, festejam-se as vindimas, a colheita das cerejas, das castanhas, das azeitonas etc. Mas Noomi ainda trazia tristeza dentro de si, por todas as desventuras a que o destino a submetera. Ao ser reconhecida pelas pessoas que a viam, dizia:
- Não me chamem Noomi [agradável]. Digam Mara [amarga], pois grande amargura me tem dado o Todo Poderoso.

Havia um parente de Eli Mêler, valente e poderoso, da geração do finado marido de Noomi, chamado Boaz. Vinha a calhar para encaixar-se na lei dos cunhados. Noomi sugere então a Rut que aproveite a oportunidade das colheitas e vá às terras de Boaz.

Desenvolve-se, a partir daí, o desde sempre repetido ritual de aproximação entre futuros amantes.

Boaz termina por dar a Rut o filho que Marlon não tivera tempo de lhe dar: Oved.
E Oved foi pai de Ishaí (transliterado como Jessé). E Ishaí, o pai de David.

A importância de Rut reside nomeadamente no facto de ser bisavó do rei David. Eu, na minha incurável maledicência, penso que Rut tornou-se famosa porque não é todo dia que se vê uma nora gostar tanto assim da sogra. Vamos adiante.

Diga-se que é de uma saudável ironia que a bisavó da principal figura da história de Israel (ao menos uma das principais) seja oriunda de um povo arqui-inimigo do povo judeu. Os moavitas, quando da peregrinação dos judeus pelo deserto, não permitiram que Moisés [Moshé] deixasse o povo judeu repousar nas terras de Moav. Nem usufruir de suas águas. A tradição os consagrou, graças a isso, como um entre os principais inimigos de Israel.
Tal dado genealógico deveria servir como apoio aos esforços pela paz na região, em nossos dias.

Ainda no terreno da genealogia, Rut é também venerada pelos cristãos por ser bisavó de David, de cuja descendência – argumentam os cristãos – faz parte Jesus.
De facto, o evangelho de Mateus (que, diga-se de passagem, não é da autoria de Mateus), sempre preocupado em ligar Jesus às profecias do Antigo Testamento, começa por listar a cadeia das gerações desde Abraão até David (segundo ele, catorze gerações), de David até a deportação para a Babilônia (outras catorze gerações), da volta da Babilônia até Jesus (outras catorze gerações). Lá estão nossos conhecidos Oved e Ishaí.
Sem entrar na questão de se o evangelho de Mateus sumiu com algumas gerações para conseguir essa coincidência das catorze gerações, o engraçado – a meu ver – é que, no final da enumeração dos ancestrais de Jesus temos um “Jacó gerou a José, marido de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama o Cristo”. (Mateus 1:16).
Como diria o mineiro:
  • Uai!
Jesus, até onde aprendi na Escola Dominical, é filho do Espírito Santo. José nada tem a ver – em termos de sangue – com o Cristo.
Mas religião alguma nunca teve preocupações com a lógica. Ora, a lógica.

sábado, 23 de março de 2013

RUT (1/2)


Esse pequeno livro do Antigo Testamento e dos Escritos que integram os textos sagrados judaicos conta a história da mulher que lhe empresta o nome.
Nessa história, diga-se logo, os nomes têm significados relevantes para o enredo. Não sei por quais razões, a maioria deles foi transliterada ao português de um modo um tanto infeliz.

O texto começa por situar a ação na época em que julgavam os juízes.
Esse tipo de expressão, aparentemente redundante, é comum em hebraico. Já em português não é habitual dizer-se algo como perguntar uma pergunta.
O autor refere-se ao período em que as doze tribos de Israel eram lideradas por juízes, indivíduos que exerciam o poder administrativo, militar etc. Eram líderes de tribos. Eram os shofetim.
Além de situar a história na História, a expressão empresta ao texto um tom poético: julgavam os juízes é shefôt a-shofetim no texto original.

Por ser um período de fome em Belém de Judá (aliás Beit Lehem, ou seja Casa do Pão... haja ironia [esse h é aspirado, ou seja, soa como o j do espanhol europeu ou, se preferir, como o r dos cariocas. Vou utilizar um r sublinhado e em negrito para lembrar que se deve lê-lo do modo como o carioca descreve algo muito grande: enorme!]), a noroeste do Mar Morto, um senhor chamado Eli Mêler, com sua esposa Noomi (alguns judeus pronunciam Naomi) e seus dois filhos Marlon e Rilion foram viver a nordeste do Mar Morto, para os campos de Moav.
A questão dos nomes – e de suas transliterações para o português – é significativa. A começar pelo chefe da família. Nas Bíblias em português ele é tratado por Elimeleque, o que leva qualquer garoto a enxergar nele, logo de cara, um sujeito com o nariz a escorrer. Contudo, o nome dele, além de uma sonoridade muito melhor – Eli Mêler – significa meu Deus é o rei. Melhora um bocadinho, certo?
Também para a Noomi, que significa agradável, arrumaram a transliteração Noêmi, ou Noêmia. De onde tiraram esse e?
Quanto aos dois filhos, a raiz do nome Marlon significa doença e a do nome Rilion significa acabou por completo. A sequência da história explica o porquê de tais nomes. Também para eles reservaram transliterações sofríveis. Por exemplo, Malon e Quilion.

Mas voltemos à história. Eli Mêler morreu. Noomi ficou viúva mas acompanhada dos dois filhos.
Marlon e Rilion casaram-se com duas moavitas, Rut e Orpá, respectivamente.
Orpá significa nuca. Quanto ao nome Rut, o significado é duvidoso, mas a maioria prefere amizade.

Tudo corria muito bem, mas Marlon e Rilion também morreram.
Noomi, que já ouvira dizer que a abundância retornara a Beit Lerem (lembrar: r gutural, de carioca impressionado com o tamanho da coisa, da palavra enorme!), resolve voltar a sua terra. E libera suas noras para que retornem às casas de seus pais e continuem a viver junto a seu povo, pois ambas eram moavitas.
Ambas choram, não querem deixar de lado a sogra. Mas Orpá acaba por ceder e aceita voltar para a casa de seus pais. Daí seu nome, que quer dizer nuca, por ela ter dado as costas a Noomi.
Rut não acata a sugestão de Noomi. E, com sua atitude, produz um dos mais belos versículos da Bíblia:
Rut 1:16 (parcial)
Porque aonde quer que tu fores, irei eu.
E onde quer que tu mores, morarei.
Teu povo será meu povo:
E teu Deus será meu Deus.

(continua)

sexta-feira, 22 de março de 2013

Piada pronta

Costuma-se dizer que o Brasil é o país da piada pronta.
Parece que o mesmo cabe em relação à União Europeia.
Isso quando se observa, em meio à crise financeira que se alastra pelos países da Comunidade, que o governador do Banco Central de Chipre se chama Panicos.
Panicos Demetriades.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Emílio Santiago

Lá se foi mais um pedaço do Meu Brasil.
Morreu Emílio Santiago.
Queria agradecer a ele os momentos de emoção que ele me proporcionou.
Aquele cantor da noite. Da noite em que você sentava diante de um copo de whisky e deixava fluir a voz suave do cantor.
Paz.

domingo, 17 de março de 2013

Lembranças

Era fim de Janeiro. 1.982. Eu estava a viver em um apertado apartamento da Avenida Santo Amaro, em São Paulo.
A morada não era tão má. Acontece que às seis da manhã começavam a circular os autocarros (/ônibus). O ruído era infernal. Não havia quem dormisse após esse horário.
Mas eu gostava do lugar.
Foi quando visitou-me o Henrique, meu amigo, e anunciou:
- Morreu Elis Regina. A maior voz desse país.




Ainda discuti com ele se Gal Costa não seria superior. Ele, indignado, discordou.
Hoje concordo com ele.
Não houve, jamais, voz feminina que a igualasse. A não ser Nana Caymmi, se tivesse cuidado da carreira minimamente.



Enfim...

Elis Regina

Com saudade, Elis:


Nasceu hoje. Há 68 anos.

sábado, 16 de março de 2013

sexta-feira, 15 de março de 2013

Ah! a ecologia...

Morro de rir com os informes de hotéis, bancos etc etc, todos a apelar para a defesa do meio ambiente.

Nos hotéis, já há tempos que se lembra aos hóspedes que se as toalhas não forem postas para lavar a natureza agradece, coisa e tal.
Os bancos nos dizem que os informes com dados para a declaração de impostos, os extractos bancários etc etc, só estarão à disposição na Internet. Não nos serão enviados em papel para poupar o meio ambiente, blá blá blá.

Concordo em não deitar as toalhas à lavagem todo santo dia. Concordo, igual, em consultar meus dados no computador. E não me entulhar de papéis.

Aguardo apenas o glorioso dia em que hotéis e bancos informem estar a dividir comigo os resultados financeiros desta enorme preocupação com a natureza.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Diâmetro vital

Já muito foi discutido, por essa humanidade desvairada, se o prepúcio de Jesus subiu também aos céus ou ficou na terra.
Já quase tudo foi dito sobre a presumível virgindade de Maria depois de tantos partos.

Mesmo sabedor da infinita pequenez que nos assola, jamais imaginei que minha vida passasse a depender de um mísero diâmetro.
Enquanto minha aorta não chegar aos 50 mm, viverei à espera de alguma diversa fatalidade. Se esse número mágico for atingido, nada mais poderei fazer salvo conformar-me à minha finitude.

E por isso, hoje não falo sobre o novo vice-deus, muito menos sobre suas possíveis mazelas.

Fico-me no louvor a meus ainda constantes 46 mm.

terça-feira, 12 de março de 2013

Cuidado com os legumes

Refiro-me nomeadamente aos que aceitam o Antigo Testamento como a Palavra de Deus. E, além disso, querem emagrecer.
Acontece que, no início do livro de Daniel, Deus conta a história de como Nabucodonozor, rei da Babilónia, ordenou ao chefe de seus eunucos que buscasse entre os filhos de Israel "alguns da linhagem real e dos nobres. Mancebos em quem não houvesse defeito algum, formosos de parecer e instruídos em toda a sabedoria". (Daniel 1:3-4). E determinou que fossem alimentados e instruídos segundo os costumes dos caldeus.

Daniel, um dos escolhidos, pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse - a ele e aos seus companheiros Hananias, Misael e Azarias - comer apenas legumes e beber água. Ele e seus companheiros não queriam contaminar-se com a alimentação do palácio real.
Como o chefe dos eunucos argumentasse que assim eles ficariam mais fracos e o rei logo perceberia que não tinham sido alimentados segundo suas ordens, Daniel propôs a ele que fizesse um teste durante dez dias.

Ao fim do tempo experimental, diz a Bíblia:
Daniel 1:15: E, ao fim dos dez dias, apareceram os seus semblantes melhores; eles estavam mais gordos do que todos os mancebos que comiam porção do manjar do rei.


Isso só com legumes e água!
Você que quer emagrecer, fique esperto! Nada de legumes. Só manjar do rei.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Serviço de (in)utilidade pública

Agora que a moda de cotas para acesso ao ensino superior instalou-se no Brasil, recomendo que você pendure o quadro abaixo na sala de espera de seu consultório médico, dentário ou escritório de engenharia, arquitectura ou advocacia, ao lado de seus diplomas.




Penso que seus clientes se sentirão um bocadinho mais confiantes.

domingo, 10 de março de 2013

Com cognac é melhor

Nesta semana que entra começa o conclave para escolha do novo Papa.
Passei a gostar desse ritual a partir da leitura do texto da Reuters, publicado no Público de hoje:

(clique na imagem para ampliá-la)


A escolha pode não ser de inspiração divina, mas quase.
Afinal, eu sempre soube que cognac é bebida dos deuses.

Só não sabia que o era também dos cardeais.

Além disso, ficou mais clara, para mim, a expressão fogo do Espírito Santo.

sábado, 9 de março de 2013

Reflexões de um politólogo amador - 2

António José Seguro carrega às costas uma herança socialista feita de inépcia e aldrabice.
Alia a essa herança um carisma de almôndega.




Minha dúvida é se essa almôndega traz, em sua composição, carne de cavalo.

Reflexões de um politólogo amador

A Venezuela parece seguir um percurso antinatural :
depois de um presidente de ideias podres, vai ter um presidente Maduro.

O próximo será verde?

sexta-feira, 8 de março de 2013

Imprensa Desvairada -1



Muito já se disse a favor de ou contra Getúlio Vargas. Mas, que eu saiba, é a primeira vez que o acusam de militar.

Se prestar o serviço militar durante alguns aninhos da juventude é ser militar, muitos dos homens brasileiros podem ser considerados militares.

Militar foi, por exemplo, o presidente Dutra que sucedeu a e foi sucedido por Getúlio.
De Dutra contavam-se muitas histórias, todas evidentemente falsas mas muito divertidas.
Uma delas diz respeito ao encontro dele com o presidente americano Truman.
Este teria dito, ao encontrá-lo:
- How do you do, Dutra?
Ao que Dutra teria respondido:
- How tru you tru, Truman?

quinta-feira, 7 de março de 2013

Avecs e sans

Já são famosos em Portugal os avecs. Os portugueses que vivem em França e que aproveitam as férias de Agosto para desfilarem em Portugal seu sucesso no exterior.
São famosos nomeadamente pelo mau gosto que demonstram.

Agora, como o movimento dominante é o de fuga de portugueses para o exterior em função da quase inexistência de empregos na terra de origem, surgem os sans.

Nada têm. Vão à busca da realização de seus sonhos.

Mas não há como esquecer:

Os sans de hoje são os avecs de amanhã.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Pega ladrão!

O Brasil tem, actualmente, 5.570 municípios.
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) informa que há mais de 192 mil mandados de prisão a aguardar cumprimento.


Isso significa que há, em média, pelo menos 34,5 criminosos à solta em cada município brasileiro. Isso se falarmos dos já detectados pela Justiça.

E alguém ainda se admira de que a criminalidade corra solta Brasil afora?

domingo, 3 de março de 2013

Depois da carne de cavalo...

Nos últimos tempos a Europa tem sido alertada para o uso indevido que se tem feito, em lasanhas, carne picada etc, de carne de cavalos.

Quanto a mim, fiquei surpreso ao perceber que o fiambre que consumo vem de porcos anormais.


Onde será que encontram tantos suínos com cinco ou mais pernas?!


sábado, 2 de março de 2013

Quero ressurreições!

Uma prima postou, no Facebook, um texto cujo objectivo é o de valorizar as mães:
Existe ex-namorado (a), existe ex-amigo (a), existe ex-marido/esposa, mas nunca ex-mãe.
Mãe é um laço eterno.
Que mãe seja um laço eterno, até concordo.
Só não percebo bem o liame entre as premissas e a conclusão.

Afinal, também não existe ex-defunto. E, tirante as eventuais peças de nylon com que tenha sido enterrado, nada em um defunto é eterno.

Em seguida a ter-me brotado o pensamento acima, lembrei-me de que os cristãos alegam já terem ocorrido algumas ressurreições. Alegam, portanto, a existência de ex-defuntos, ainda que esporádica. A principal delas, claro, a do próprio Jesus. Mas há a ressurreição de Lázaro e algumas poucas outras operadas pelo Cristo.
Além dessas, há a intrigante ressurreição em bloco ocorrida aquando da morte de Jesus (Mateus 27:52 e 53). Digo intrigante porque um acontecimento assim tão inusitado deveria ter sido melhor coberto pela imprensa da época. Mas nunca mais ouviu-se palavra sobre o destino de tantos ressuscitados.

Contudo o resultado líquido de tantas reflexões ex-funestas foi ter-me dado conta de que os actuais bispos e apóstolos, das várias seitas cristãs que infestam o planeta, realizam dia após dia um sem número de milagres em seus templos, como quem vai às goiabas. E jamais, que eu saiba, produzem ressurreições.

Por que será?!

Será que é pelo prosaico facto de os ex-defuntos não disporem de recursos para as contribuições à igreja?

sexta-feira, 1 de março de 2013

O primeiro liquidificador

No meu tempo de criança surgiu o liquidificador. E, em casa, uma discussão a respeito da possível utilidade dele.
Não me lembro dos argumentos favoráveis ou contrários à utilização de tão notável modernidade. O facto é que meu pai abalou-se até à loja da Sears em Santos e comprou um.
Para nós, os filhos, foi uma festa. Era um tal de jogar lá laranjas, maçãs, bananas etc etc, um bocado de água ou sumo de laranja ou leite e pronto!


Mas nosso pai não apreciou nada daquilo.
- Se é para meter aí laranjas, bananas, maçãs e coisas assim, então isso não serve para nada! Tudo isso se come da mesma maneira sem necessidade dessa estrovenga. Comprei o liquidificador para que se tornem agradáveis alimentos que normalmente não o são. Esse aparelho é útil para que nele misturem-se couves, repolhos, nabos, quiabos com um tanto de sumo de laranja e o resultado se torne aceitável ao paladar.
Pronto. Ninguém mais quis saber do tal aparelho.
Passados alguns dias de abandono do artefacto, meu doce pai levou-o de volta à Sears e o trocou por um jogo de lençóis.